As buscas por duas meninas de 10 anos (Aline e Ketlyn), desaparecidas na tarde do último domingo, no bairro Pilarzinho, em Curitiba, continuam hoje nas águas do Rio Barigüi, próximo ao Parque Tingüi. Há indícios de que elas tenham se afogado já que o corpo de uma outra garota que estava com elas, Sílvia, de 11 anos, foi encontrado na manhã de ontem pelo Corpo de Bombeiros. Familiares e amigos das meninas também percorrem a mata que margeia o rio em busca de pistas que ajudem a esclarecer o paradeiro delas.
O trabalho dos bombeiros foi acionado pelas famílias das garotas na manhã de segunda-feira, depois que as calças de Ketlyn e o chinelo de Aline foram encontrados na beira do rio. "Um menino que mora perto da gente contou que viu as meninas no rio na tarde de domingo e viemos procurar por aqui", contou a diarista Marinele Gaertner Pinto, mãe de Aline. "Eu quero minha filha viva. Tenho essa esperança", desabafou a doméstica Ivanilda Batista, mãe de Ketlyn.
Quatro bombeiros faziam buscas pelo rio na tarde de ontem com o auxílio de uma garatéia (espécie de gancho que ajuda a desprender corpos, caso estejam engatados em galhos no fundo do rio). Parentes das vítimas consideram pequeno o número de pessoas envolvidas na operação. O sargento Sérgio Carlos Alves explicou que a outra equipe de resgate do Corpo de Bombeiros de Curitiba atendia outra ocorrência em Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba. "Não tem como fazer uma operação de mergulho em um rio poluído como este. Não existe outro jeito. É um trabalho de paciência", afirmou o sargento.
Visita
As três meninas desapareceram por volta das 14 horas de domingo. Como de costume, Sílvia teria convidado Aline e Ketlyn para irem até a casa de seu padrinho, a duas quadras de onde moram, na invasão Jardim Cosmo, no Pilarzinho. "Elas sempre iam até lá e sempre pediram autorização para ir", relatou a mãe de Aline. No entanto, as meninas nem apareceram para a visita. "A Ketlyn saiu de casa com biquíni por baixo da roupa. Já estavam de plano para vir para cá", disse Ivanilda.
Segundo informações de familiares, as três nunca se separavam e nenhuma sabia nadar. "Elas nunca saíram para longe sozinhas, sempre brincavam perto de casa e estavam na igreja", disse Marinele. Para chegar até o local em que o corpo de Sílvia foi encontrado, as meninas teriam de ter percorrido cerca de três quilômetros. "Elas não saberiam chegar até aqui sozinhas", afirmou a irmã de Sílvia, Josiane Camargo da Silva, 14 anos. As buscas devem continuar por pelo menos mais cinco dias.