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Criança não conhece risco

Segundo Ingrid Stammer, coordenadora de projetos da ONG Criança Segura, todo o cuidado é pouco com as crianças, por causa da vulnerabilidade que elas têm para acidentes, agravada pelo desenvolvimento físico e emocional delas. "Uma criança até os 4 anos de idade não consegue reconhecer o perigo. Dizer que ela vai morrer não adianta, porque a situação ainda não é clara na sua cabeça." Para a especialista, não há idade específica para deixar uma criança sozinha. "É preciso avaliar muito bem, mas a partir dos 10 anos a criança passa a ter maior noção ou reconhecer situações de risco."

Ingrid dá três dicas de prevenção: ter sempre a supervisão de adulto, pensar na educação da criança e das pessoas que cuidam dela e fazer a adaptação do ambiente. "Assim, 90% dos acidentes podem ser evitados", afirma. Adriano Guzzoni, da FAS, recomenda aos pais que jamais deixem seus filhos sozinhos em casa, procurando sempre alguém que possa tomar conta das crianças ou levá-las consigo.

Serviço:

Mais dicas de prevenção no site www.criancasegura.org.br.

Um menino de 4 anos anos foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros no fim da tarde de ontem da sacada de um prédio no centro de Curitiba. De acordo com os bombeiros, a criança estava sozinha na varanda de um apartamento que fica no 11º andar do edifício.

O Corpo de Bombeiros foi chamado pela Guarda Municipal por volta das 17h30 de ontem, após vizinhos acionarem o órgão. Segundo os bombeiros, não havia nenhum tipo de rede de proteção no local – que fica na Alameda Dr. Carlos de Carvalho.

No resgate, um militar subiu até o andar superior e desceu com o auxílio de cordas até a sacada onde o garoto estava. A criança foi retirada pela sacada do edifício. O menino não sofreu ferimentos e passa bem.

Após ser resgatada, a criança – que mora com a mãe e a avó – foi encaminhada à FAS (Fundação de Ação Social) de Curitiba, que localizou a família do menino. De acordo com a assessoria da FAS, a avó do menino teve de deixar o apartamento às pressas para ir ao médico. Ela deixou comida para o garoto, mas não imaginou que ele correria riscos ao chegar perto da varanda.

"Uma técnica foi até o local e percebeu que haviam deixado inclusive alimentos para a criança. Porém, como ela estava sozinha e não conseguimos fazer contato com a família, não podíamos deixá-la ali", conta Adriano Guzzoni, diretor de Proteção Social Especial da FAS.

A criança foi levada para uma Casa de Acolhimento em Curitiba, onde passou a noite sob cuidados de uma equipe do Serviço de Atendimento a Vitimizados em Domicílio (SAV). Quando há suspeita de negligência dos pais, os casos são encaminhados ao Conselho Tutelar e podem chegar à Justiça, com pedido de destituição do poder familiar.

Mas a equipe do SAV conseguiu localizar ontem cedo a mãe do garoto, que imediatamente foi buscá-lo na Casa de Acolhimento. "Foi apenas um grande susto", diz Guzzoni. Para a FAS o caso não foi considerado abandono de menor, e foi dado como encerrado. A família do menino não foi localizada para comentar o assunto.

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