SAÚDE
O pneumologista do Hospital Cajuru, Paulo Roberto Sandoval, explica os principais efeitos da poluição do ar no ser humano:
Infecções
As infecções respiratórias, como bronquites e sinusites, agravam-se no inverno, inclusive em decorrência da poluição e do clima seco. Doenças preexistentes, como asma e rinite, também pioram nesta época do ano. "Até o câncer de pulmão pode estar relacionado a locais onde a poluição do ar é muito grave", diz Sandoval.
Dicas
Segundo o especialista, há formas de amenizar os efeitos da poluição, como umidificar os ambientes com toalhas molhadas. Também prefira locais com ar condicionado, desde que os filtros estejam bem limpos. Na rua, evite lugares poluídos.
Faça a sua parte
Cidadãos e governo podem ajudar
Estudar o uso de combustíveis alternativos, melhorar o planejamento do trânsito, oferecer transporte coletivo de qualidade e restringir a circulação de veículos nos anéis centrais são algumas das soluções propostas pelos especialistas para melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades. Isso cabe ao poder público.
Mas o cidadão também pode contribuir. Manter o motor do carro bem regulado ou até mesmo deixá-lo em casa são atitudes bem-vindas, bem como praticar a carona solidária ou optar pelo ônibus ou bicicleta. Evite também queimar vegetação.
Um relatório recente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) revelou que o ar da região metropolitana de Curitiba (RMC) esteve dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pela legislação brasileira na maior parte de 2010. Segundo o estudo, a classificação permaneceu na condição "boa" em 95% do tempo; "regular" em 4,8%; e "inadequada" ou "má" em apenas 0,2% do período. Além da capital paranaense, as cidades de Araucária e Colombo também foram analisadas.O levantamento, realizado desde 1995, atualmente é feito por meio de 11 estações de medição automáticas e manuais distribuídas nos três municípios. Elas medem os níveis de partículas em suspensão, partículas inaláveis, fumaça, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, monóxido de carbono e ozônio. Os dados são importantes para ajudar a estabelecer políticas públicas de controle da poluição atmosférica e avaliar potenciais riscos à saúde da população, já que um ser humano consome cerca de 10 mil litros de ar ao dia.
"É um pouco surpreendente [a boa qualidade do ar] porque Curitiba tem um movimento intenso de veículos. Na região central, onde há grandes fontes poluidoras, em alguns momentos a condição deve ser preocupante", avalia o químico Paulo Roberto Janissek, professor do Mestrado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo. Por outro lado, ele aponta que a cidade tem uma boa condição para a dispersão dos poluentes: geografia plana, altitude elevada, sem montanhas ao redor, altos índices de pluviosidade e ventos constantes.
Por outro lado, a região sofre, principalmente no inverno, com o fenômeno da inversão térmica. Neste período, é esperado um maior número de violações dos padrões de qualidade. "Historicamente, estas violações estão associadas a uma situação de inversão ou de extrema seca, quando a falta de chuva não ajuda a sedimentar o material que está na atmosfera", explica a engenheira química Ana Cecília Nowacki, chefe de gabinete do IAP. Ela observa ainda que a RMC conta com uma boa área verde e o controle de emissão das indústrias é rigoroso.
Carros
Um fator que preocupa é a quantidade de carros nas ruas de Curitiba. Trata-se da maior frota per capita do país (0,72 veículo por habitante). Apesar disso, segundo Ana Nowacki, a frota é mais nova inclusive em virtude do maior poder aquisitivo da população. De acordo com Nelson Luís Dias, professor do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná, o grande número de áreas verdes da capital também ajuda a mitigar os fatores de poluição.
No entanto, Dias esclarece que há outros fatores potencializadores para a geração de gases na atmosfera. Entre eles o consumo crescente de produtos e serviços pela população. Além disso, segundo o especialista, é preciso vigiar constantemente os índices de poluição, para que se mantenham bons. "Fiz várias medições na Linha Verde durante as obras, confirmando o que diz o IAP. Mas hoje não temos lá um monitoramento constante", observa.
ONU considera padrão do Brasil pouco rígido
O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) utiliza critério próprio (o Índice de Qualidade do Ar) para medir as condições do ar na Grande Curitiba. Os padrões se baseiam na Resolução 03/90 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que estabelece, por exemplo, em 160 microgramas por metro cúbico (µg/m3) o índice médio recomendado para exposição ao ozônio no período de uma hora. Desde 2005, no entanto, a ONU fixou padrões mais rigorosos para a exposição a este e outros elementos. É o caso do próprio ozônio, cuja tolerância baixou para 100 µg/m3.
Para o químico Paulo Janissek, a tendência é que os padrões de controle no Brasil tornem-se mais rígidos. "Mas não adianta seguir índices superrestritivos, se não há condições de medi-los ou alternativas tecnológicas [para diminuir as emissões de gases]. A cidade não pode parar", esclarece.
A secretária do Meio Ambiente de Curitiba, Marilza Dias, esclarece que a cidade já faz um controle de emissões. "Uma panificadora ou churrascaria, para funcionar, tem de obter a licença ambiental. Se há a possibilidade de emitir poluentes, ela precisa adotar medidas de controle", explica.
Além disso, Marilza explica que Curitiba está investindo para diminuir as emissões dos ônibus urbanos. Até o fim de 2012, 10% da frota deve estar rodando com biocombustível (que emite 50% menos poluentes). Além disso, 557 veículos serão substituídos por novos, com motores mais modernos, além da entrada em circulação, em 2012, dos ônibus híbridos: eles têm partida elétrica e liberam até 90% menos gases tóxicos.
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