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Meio ambiente

Bons exemplos contra o desperdício de água

O síndico Tarcísio (da esq.) e o morador José: cisterna economiza água | Priscila Forone/Gazeta do Povo
O síndico Tarcísio (da esq.) e o morador José: cisterna economiza água (Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo)

As previsões da Organização das Nações Unidas (ONU) para a oferta mundial de água doce nos próximos anos não são nada animadoras. A entidade divulgou, na semana passada, a terceira edição do Relatório Global Sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, que chega a uma conclusão preocupante: 5 bilhões de pessoas (67% da população mundial) não terão serviço de saneamento adequado em 2030, se for mantida a tendência de aumento da demanda e queda da oferta e qualidade da água.

Mas, pelo menos por enquanto, não há motivo para pânico. No Dia Mundial da Água, comemorado neste domingo, bons exemplos mostram que medidas simples e baratas podem ajudar a reverter esse cenário um tanto sombrio.

A saída encontrada pelos 400 moradores do condomínio Quintas do Cabral, em Curitiba, foi tão elementar quanto eficiente: a construção de uma cisterna para captação da água da chuva. "Usamos essa água para lavar a garagem, a calçada e molhar as áreas verdes. Antes, esses serviços eram feitos com água tratada", conta o síndico e idealizador do projeto, o aposentado Tarcísio Damazo da Silveira.

A cisterna garante ao condomínio uma economia mensal de R$ 100. A motivação principal para o uso do equipamento, contudo, é a possibilidade de dar um merecido descanso à torneira. "Não é tanto pela redução nos gastos, mas principalmente pela economia de água tratada, que é um bem cada vez mais precioso e escasso", afirma o morador José Dimas Novais.

Muitas empresas também desenvolvem ações interessantes na área. O Centro Integrado de Medicina (CIM) Água Verde, também em Curitiba, já nasceu ambientalmente correto. O projeto de construção da clínica, que foi inaugurada há seis meses, incluiu um amplo plano de sustentabilidade, com louças e metais equipados com sensores para a saída de água e uma cisterna para armazenar o líquido e evitar cheias nos rios da região.

"A gente buscou tornar o centro médico sustentável gastando menos água e tratando de tudo que for lançado no meio ambiente", comenta a arquiteta e coautora do projeto, Sandra Pinho Pinheiro.

A professora de Engenharia Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Patricia Sottoriva, elogia as iniciativas e, com pesar, avalia que elas ainda são exceção. "Conscientização é ter noção do que é certo e errado. E isso, depois de tantas campanhas da mídia, as pessoas têm. Todo mundo sabe que não deve escovar os dentes com a torneira aberta. O que falta é sensibilização para agir e mudar de comportamento". Bons exemplos para isso não faltam.

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