Banheiro sem desperdício
Acessórios pequenos e baratos reduzem o consumo de água de chuveiros e torneiras. Vasos sanitários mais novos também gastam menos
Chuveiro
- Peça indicada: restritor de vazão constante, encontrado em lojas especializadas ou nas assistências técnicas dos fabricantes.
- Economia: entre seis e 26 litros por minuto, de acordo com o modelo.
- Preço médio: R$ 15.
Torneira
- Peça indicada: arejador de vazão constante, encontrado em lojas especializadas ou nas assistências técnicas dos fabricantes.
- Economia: entre dois e quatro litros por minuto, de acordo com o modelo.
- Preço médio: R$ 25.
Vaso sanitário
- Orientação: procurar vasos sanitários com dois acionadores de descarga.
- Economia: entre seis e 14 litros por descarga.
- Preço médio: R$ 200 (com caixa acoplar).
Teste
- Calcule o seu potencial de economia de água baseado nos seus índices atuais de consumo.
1. Considere o consumo da última fatura de água da sua casa (em m3).
2. Divida o valor pelo número de moradores da residência.
3. Divida o resultado obtido por 30 (número médio de dias de um mês).
4. Multiplique o resultado por 1000.
Análise do resultado
Até 110: índice de consumo ideal de água.
Até 150: potencial médio de economia de água.
Acima de 150: potencial alto de economia de água.
Acima de 180: potencial altíssimo de economia de água.
Fontes: Empresa H2C, Casa da Torneira, Assistência Técnica Deca-Hydra e Balaroti Materiais de Construção
As previsões da Organização das Nações Unidas (ONU) para a oferta mundial de água doce nos próximos anos não são nada animadoras. A entidade divulgou, na semana passada, a terceira edição do Relatório Global Sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, que chega a uma conclusão preocupante: 5 bilhões de pessoas (67% da população mundial) não terão serviço de saneamento adequado em 2030, se for mantida a tendência de aumento da demanda e queda da oferta e qualidade da água.
Mas, pelo menos por enquanto, não há motivo para pânico. No Dia Mundial da Água, comemorado neste domingo, bons exemplos mostram que medidas simples e baratas podem ajudar a reverter esse cenário um tanto sombrio.
A saída encontrada pelos 400 moradores do condomínio Quintas do Cabral, em Curitiba, foi tão elementar quanto eficiente: a construção de uma cisterna para captação da água da chuva. "Usamos essa água para lavar a garagem, a calçada e molhar as áreas verdes. Antes, esses serviços eram feitos com água tratada", conta o síndico e idealizador do projeto, o aposentado Tarcísio Damazo da Silveira.
A cisterna garante ao condomínio uma economia mensal de R$ 100. A motivação principal para o uso do equipamento, contudo, é a possibilidade de dar um merecido descanso à torneira. "Não é tanto pela redução nos gastos, mas principalmente pela economia de água tratada, que é um bem cada vez mais precioso e escasso", afirma o morador José Dimas Novais.
Muitas empresas também desenvolvem ações interessantes na área. O Centro Integrado de Medicina (CIM) Água Verde, também em Curitiba, já nasceu ambientalmente correto. O projeto de construção da clínica, que foi inaugurada há seis meses, incluiu um amplo plano de sustentabilidade, com louças e metais equipados com sensores para a saída de água e uma cisterna para armazenar o líquido e evitar cheias nos rios da região.
"A gente buscou tornar o centro médico sustentável gastando menos água e tratando de tudo que for lançado no meio ambiente", comenta a arquiteta e coautora do projeto, Sandra Pinho Pinheiro.
A professora de Engenharia Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Patricia Sottoriva, elogia as iniciativas e, com pesar, avalia que elas ainda são exceção. "Conscientização é ter noção do que é certo e errado. E isso, depois de tantas campanhas da mídia, as pessoas têm. Todo mundo sabe que não deve escovar os dentes com a torneira aberta. O que falta é sensibilização para agir e mudar de comportamento". Bons exemplos para isso não faltam.
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