Bope e 41º BPM fazem operação em favela em Madureira, no Rio

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Depois de uma madrugada aparentemente tranquila, policiais do 41º BPM (Irajá), com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), fazem na manhã desta terça-feira (12) uma operação no Morro São José da Pedra, em Madureira, no subúrbio do Rio.

De acordo com informações do 41º BPM, os policiais entraram na favela por volta das 6h30. Não houve registro de confrontos na chegada ao morro.

Os policiais também vasculham a mata atrás do Morro da Serrinha, onde segundo informações da PM, traficantes poderiam estar escondidos. De acordo com a assessoria da PM, houve uma rápida troca de tiros com traficantes por volta das 9h30. Mas ninguém foi ferido.

Não há informações sobre prisões ou apreensões. A assessoria da PM informa ainda que policiais de outros batalhões dão apoio à operação.

Desde sexta (8), moradores da região vivem momentos de tensão e dizem ouvir tiros todos os dias. De acordo com o 41º BPM, traficantes do Morro São José estariam tentando tomar o ponto de venda de drogas da Serrinha. A PM informou que o policiamento está reforçado na região.

Dois feridos na segunda-feira (11)

A Polícia Militar informou, na segunda-feira (11), que dois traficantes foram feridos durante um tiroteio registrado à tarde no Morro da Serrinha.

Por volta das 16h de segunda os confrontos recomeçaram. O clima na Avenida Ministro Edgar Romero, a principal do bairro, continua tenso. Traficantes estariam escondidos na mata. Segundo testemunhas, uma pessoa teria morrido nos confronto. A PM, no entanto, nega.

Tiros mudam rotina de moradores

Em uma gravação, feita por um morador, é possível ouvir a quantidade de rajadas de tiros. No fim da tarde de domingo (10), a situação era parecida. Muitos tiros também foram ouvidos.

Quem ainda voltava para casa contou como tem sido conviver no meio dessa guerra entre traficantes: "Dá medo, tem que dar medo porque sabe que a nossa vida é uma só. Qualquer bala arrebenta ela", disse um morador.

"Tem que andar escorado nos muros e no pior dos piores, se jogar no chão e aguardar, esperar, como diz, a poeira baixar", contou outro morador.

Um aposentado, que há 53 anos mora no Morro São José, afirmou que ia dormir fora de casa por conta do medo. "Eu saí agora para ir a um bailezinho, um garoto me perguntou: 'Mais velho, vai sair agora?’, e eu disse: ‘Vou’. ‘Não volta não que mais tarde a gente vai tomar uma decisão de quem é que vai tomar conta do morro’. Então eu estou saindo agora e vou ser obrigado a dormir num motel", disse ele.

Apesar da apreensão no local, a manhã de segunda-feira era de aparente tranquilidade. No entanto, moradores dizem que os tiroteios ocorrem em vários momentos do dia. A polícia afirmou que não houve tiroteios no Morro da Serrinha pela manhã.