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suspeita

Bope também é investigado pelo sumiço de Amarildo

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual apura uma possível participação de equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM na ocultação do cadáver do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu em julho de 2013 na Rocinha. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (22) pelo “Jornal Nacional”, da Rede Globo, que mostrou imagens de câmeras de segurança da comunidade. Nas gravações, de acordo com peritos, é possível notar que um volume proporcional ao de um corpo humano foi transportado na caçamba de um veículo.

Uma notícia-crime, baseada em análises técnicas das imagens, foi enviada nesta segunda-feira à Central de Inquérito do Ministério Público. O documento detalha como as gravações foram examinadas pela Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (Dedit) da Coordenadoria de Inteligência e Segurança do Gaeco. No processo que apura a eventual responsabilidade de PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha no crime, consta a informação de que o corpo de Amarildo foi envolto em uma capa de moto preta. Segundo o “Jornal Nacional”, dez homens do Bope serão investigados.

As imagens foram gravadas na noite do dia 14 e na madrugada de 15 de julho de 2013, algumas horas depois de o pedreiro Amarildo ter sido levado para a UPP na Rocinha. Uma câmera mostra a chegada de um comboio de quatro veículos do Bope. Na época, o então comandante da UPP, major Edson Santos, disse que pediu reforço porque havia risco de uma invasão de traficantes. No entanto, promotores concluíram que a versão do oficial, que já atuou no batalhão, não é verdadeira.

Os dois primeiros veículos do Bope que aparecem nas imagens chegam sem policiais em suas caçambas. Só a terceira e a quarta caminhonetes têm policias armados na parte traseira. Cada uma, com dois homens. Quando o comboio acaba de entrar, ainda não é meia-noite. Os promotores descobriram que todos os quatro caminhonetes passaram pelo local com os GPS ligados. Na sede da UPP, no entanto, o equipamento de um dos carros parou de funcionar à 0h24m. Doze minutos depois, essa mesma caminhonete foi embora com o localizador desligado.

Análise

À 0h36m, duas caminhonetes do Bope deixaram a UPP. Na primeira, havia dois policiais em pé e um sentado. Em seguida, saiu o carro em que o equipamento de localização por satélite não funcionava. Neste, a caçamba estava mais cheia. Havia dois policiais em pé, um agachado e o outro, do lado direito, sentado, com uma perna para fora. Especialistas da Dedit trataram essa imagem em computadores e identificaram um volume suspeito debaixo de um banco. Dois peritos independentes ouvidos pelo “Jornal Nacional”, Mauro Ricart e Nelson Massini, viram as gravações e confirmaram a suspeita. A té o fim da noite, a PM não comentou o assunto.

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