Em fax encaminhado no domingo (4) ao governador Roberto Requião, o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, oficializou seu pedido de demissão. Detalhes do documento foram revelados nesta segunda-feira (6) pelo colunista Celso Nascimento, do jornal Gazeta do Povo. Na carta, Botto diz que não pode mais suportar atos "suspeitos e conflituosos"de "maus companheiros" de governo.
"Há tempos venho sendo aborrecido por intoleráveis agressões de maus companheiros de governo, que pretendem me transformar em inimigo ou em pessoa contra a qual muitos se opõem. Isso me rende profunda amargura, pois há quatro anos e dois meses tenho me dedicado exaustivamente como seu leal e firme escudeiro, assim como me relacionado, com abstração profissional, mesmo com aqueles que só me detratam.", diz um trecho da longa carta de demissão assinada pelo procurador-geral.
O jornalista Celso Nascimento afirma ter tido acesso ao texto integral da carta. Nela, Botto alega "razões de ordem pessoal" para pedir seu desligamento também dos conselhos de administração da Sanepar, da Elejor, da Cohapar e da Autoridade Portuária.
Uma das "razões de ordem pessoal" citadas seria a falta de explicações por parte da diretoria da Sanepar sobre o pagamento de mais de R$ 130 milhões por uma obra ainda não concluída que estava orçada em R$ 69 milhões.
Além do caso Sanepar, ressalta o colunista, os desdobramentos da decisão de Botto podem alcançar o ouvidor-geral do Estado, Luiz Carlos Delazari, e seu filho, o secretário sub judice da Segurança, Luiz Fernando. "Embora não citados nominalmente, eles estão incluídos entre os maus companheiros referidos pelo procurador-geral demissionário em sua carta", escreveu Nascimento.
O chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, afirmou em entrevista à Rádio CBN que nenhum pedido de demissão havia chegado à sua mesa até as 11 horas desta segunda-feira (5). "Na minha mesa, na Casa Civil, ainda não chegou nada. O doutor Sérgio há 4 anos e meio vem fazendo um trabalho maravilhoso e caso saia vai ficar uma lacuna muito grande no governo", afirmou Iatauro.
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