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Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

O ex-procurador geral do Estado Sergio Botto de Lacerda pediu demissão do governo nesta quarta-feira (31). De saída, acusou o governador Roberto Requião de omissão e de não pagar honorários advocatícios. Botto ocupava, desde 28 de setembro, a presidência do Conselho da Previdência do Paraná. O pedido foi motivado por uma possível suspeita de Requião de que o ex-procurador geral advogaria em favor de uma empresa francesa contra a Sanepar.

Esta é a segunda vez que Botto, que já foi "braço direito" do governador, pede para sair do governo em menos de oito meses. E assim como fez em março, quando deixou a Procuradoria Geral, o pedido foi feito por meio de uma carta (veja na íntegra) enviada ao governador Roberto Requião.

Na carta, Botto diz estar assistindo a um fuzilamento para denegrir sua imagem, acusa Requião de omissão e de não pagar honorários advocatícios. "São sempre os mesmos que estão a fazer isso há algum tempo, procurando avidamente (loucamente seria melhor) encontrar algo capaz de denegrir a minha imagem", diz sem citar nomes. "O seu silêncio, lamentavelmente posto mais uma vez para comigo, que já assistia de camarote essa investida, é sintomático", escreveu. "Talvez o Roberto Requião só tenha confiado no Sergio Botto de Lacerda antes dele ingressar no seu governo, enquanto seu advogado nunca remunerado profissionalmente, mas que o ajudou em poucas e boas. Usou-me o quanto pode, mas nunca ousou ser leal e firme como diz ser em seu governo e em outras relações com os seus subalternos que dele dependem". As críticas de Botto se voltam ainda para os deputados estaduais Ademar Traiano (PSDB) e Luiz Claudio Romanelli (PMDB), líder do Governo na Assembléia Legislativa. "Depois, saber que um deputado chamado Traiano de tal, aos brados e sob o covarde manto de imunidade parlamentar, acusou-me de patrocínio infiel, o que fez diante também do silêncio do líder do governo, o jurisconsulto Romanelli, revelado o grande jurista atual ao defender a ilegitimidade do Estado do Paraná para haver imposto de renda seu por previsão constitucional".

O ex-procurador termina a carta dizendo: "De minha parte, nada mais espere senhor governador, nem mesmo a nunca existente "amizade", cujo conceito é de grande relevância, dizem os apedeutas. Nem mesmo piedade. A sua permissividade e a sua capacidade de não se impressionar diante do que ocorre, me espantam", concluiu.

A assessoria do governo do estado foi procurada, mas não quis comentar o assunto. Reação

Mesmo não citado nominalmente no texto, o secretário Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral, Luiz Carlos Delazari, se defendeu numa nota divulgada no site oficial do governo do estado. No documento, Ele explica proventos de aposentadoria. "Pela Lei Federal 7.713/88, artigo 6º, os aposentados portadores de cardiopatia grave – o que é meu caso - são isentos do pagamento de Imposto de Renda", disse.

Nos últimos dias, Requião teria recebido informações de que Botto foi convidado para defender uma empresa francesa que tem ações na Sanepar, mas recusou por causa do valor dos honorários que iria receber. Botto, segundo informações do Paraná TV, confirma ter recebido o convite da empresa francesa.

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) se pronunciou em nota sobre a possibilidade de Botto advogar para empresa francesa contra a Sanepar. "No episódio que foi tornado público envolvendo dados digitalizados armazenados em um pen-drive, a Diretoria da Copel encontrou arquivos cujo conteúdo aponta para procedimentos ou conduta considerados como irregulares ou, no mínimo, incompatíveis com os de um membro do seu conselho".

Sobre este caso, a Copel diz estar analisando para que, "sendo o caso, seja levado ao conhecimento do Ministério Público para as providências cabíveis".

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