Casos recentes
Deslizamentos já provocaram seis interdições em outras estradas desde o início do ano:
8 de janeiro A pista sentido Curitiba da Régis Bittencourt (BR-116), nas proximidades da ponte sobre o Rio Pardinho, no quilômetro 569, é bloqueada após a abertura de uma cratera na cabeceira da ponte. O solo que sustentava o asfalto se soltou por causa das chuvas. O trecho foi liberado no fim do mês.
18 de janeiro Um deslizamento de terra bloqueia a pista sentido São Paulo da Régis Bittencourt no quilômetro 354, na Serra do Cafezal, permitindo o tráfego somente no acostamento da rodovia.
26 de janeiro Novo deslizamento de terra interdita um trecho de 500 metros no quilômetro 22 da mesma rodovia, no sentido São Paulo. A estrada só foi liberada no início de fevereiro.
9 de fevereiro A terra volta a bloquear a pista no sentido Curitiba no quilômetro 552, em Barra do Turvo (SP). O trabalho de limpeza é interrompido por novos deslizamentos no mesmo ponto. Em plena véspera de carnaval, apenas uma das faixas foi liberada. A fila no local chegou a 30 quilômetros.
21 de fevereiro A queda de uma barreira no quilômetro 29 do sentido Curitiba da rodovia Régis Bittencourt leva à interdição de uma das faixas por quatro dias.
22 de fevereiro Parte da terceira faixa do sentido norte da BR-376, que liga Curitiba ao litoral catarinense, cedeu no km 657, em Tijucas do Sul, e foi interditada. O solo abaixo da estrada se desagregou, causando o desprendimento do asfalto.
Um deslizamento de encosta bloqueou totalmente a pista da BR-277 no trecho entre Curitiba e o Litoral, no sentido da capital. O deslizamento aconteceu às 4h45 de ontem, no quilômetro 31 da rodovia, próximo do acesso a Morretes. Pelo menos até segunda-feira o fluxo continuará sendo desviado por uma das faixas da pista contrária. Foi o sétimo deslizamento em rodovias que cortam o estado neste ano: entre os dias 8 de janeiro e 22 de fevereiro, seis ocorrências geraram interdições na BR-116 e na BR-376. O deslizamento de ontem deverá causar lentidão em pelo 400 metros, no dois sentidos da pista, e um atraso de pelo menos 20 minutos na viagem entre Curitiba e o Litoral.
Ontem, a assessoria da Ecovia, concessionária que administra o trecho da BR-277 que liga Curitiba a Paranaguá, admitiu que a empresa estava ciente havia pelo menos 15 dias da possibilidade de uma ocorrência no local. A Ecovia iniciou a elaboração de um projeto de intervenção na região no dia 12 de fevereiro. O projeto previa a contenção da encosta e tinha início previsto para segunda-feira. Segundo a concessionária, como os estudos não apontavam uma queda iminente, a intervenção foi programada para depois do fim da temporada. A concessionária informou que o acidente foi causado pelo encharcamento do solo da encosta devido às chuvas constantes em janeiro e fevereiro.
Na segunda-feira começarão os trabalhos para remoção de 25 mil m3 de solo que estão instáveis e contenção do restante da encosta, o que deverá levar três meses. Engenheiros avaliarão se há risco iminente de novos deslizamentos, para definir se as obras ocorrerão em meia pista ou se a interdição completa será mantida. Não há previsão para liberação total da pista no sentido Curitiba.
A Ecovia fez dois novos desvios na rodovia, na tarde de ontem, reduzindo o trecho em mão dupla de três quilômetros para 400 metros. No início da noite de ontem, segundo a assessoria da concessionária, o trecho de lentidão chegou a 800 metros. O fluxo de veículos na BR-277 durante os fins de semana é 20% maior que nos demais dias. Nesse sábado e domingo, 24 mil veículos devem trafegar na rodovia 6 mil por dia em cada sentido.
O comerciante João Alberto Bueno, 38 anos, que mora e trabalha a 30 metros do ponto afetado, afirma que engenheiros da concessionária já tinham avisado sobre a possibilidade de obras desde o início de janeiro. A parte da encosta que fica atrás da casa de Bueno têm sulcos no solo. "Estou preocupado que isso um dia ainda caia em cima de mim", protesta.
Negligência
Para o engenheiro Cledinor Faé, ex-diretor do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (Crea-PR), houve negligência na forma como a Ecovia tratou o risco de deslizamento. "Detectar a necessidade de intervenção na Serra do Mar é algo complexo, porque toda a região é instável. São morros decepados pela estrada. Mas se essa necessidade já tinha sido detectada, uma atitude deveria ter sido tomada em tempo. Nesse caso, a empresa foi negligente", julga. Em 2004, Faé participou da elaboração de um laudo que apontou a necessidade de intervenções nas encostas da BR-277. Ele pondera que desde então a Ecovia fez algumas contenções e o número de deslizamentos reduziu drasticamente.
Na BR-116 e a BR-376 ,os trechos são administrados pela Autopista Régis Bittencourt e pela Autopista Litoral Sul. "São trechos que foram assumidos completamente pelas concessionárias faz pouco tempo. Eles estavam em estado de abandono, sem manutenção periódica. Mas a grande incidência de problemas neste começo de ano é um alerta para as empresas", diz Faé.
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