Planejamento
Municípios devem limitar construções de casas em áreas rodoviárias
O elevado risco de acidentes em áreas urbanas cortadas por rodovias demandaria uma revisão dos planos diretores de alguns municípios. O urbanista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Fábio Duarte defende a proibição de edificação de residências nas proximidades da pista.
"Isso evitaria que pedestres fossem atropelados e contribuiria para a redução de acidentes", afirma. Duarte esclarece que em 90% dos casos as rodovias surgiram antes dos perímetros urbanos. "Mas pela facilidade de locomoção a outras cidades e pela geração de empregos de estabelecimentos comerciais, muitas casas foram construídas na beira das rodovias. Isso fez com que ela virasse uma avenida da cidade", salienta o urbanista.
Para minimizar os problemas ele considera válida a ideia de implantar contornos, trincheiras e passarelas. "Apesar de as passarelas nem sempre serem usadas pelo pedestre, já que muitas vezes o usuário precisa andar pelo menos 100 metros a mais para chegar ao destino", afirma Duarte.
A BR-376 rodovia que corta o estado, ligando a Região Noroeste ao Litoral abriga 12 dos 20 pontos que mais registraram acidentes no ano passado entre as rodovias federais que cortam o Paraná. O levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) constata que mais da metade das colisões foi registrada em trechos urbanos.
O maior número de acidentes ocorreu no quilômetro 176 da BR-376. O trecho corresponde à Avenida Colombo, que corta Maringá. Somente nesse local ocorreram 73 acidentes, com 20 pessoas feridas. A BR-476, na Linha Verde de Curitiba, aparece na segunda posição com maior número de acidentes. No quilômetro 124 foram 70 colisões em 2012, o que deixou 33 feridos. Ao todo, três trechos da Linha Verde estão entre os 20 pontos do estado que mais registraram acidentes, totalizando 171 colisões.
INFOGRÁFICO: BR-376 registrou o maior número de acidentes ano passado. Veja o top 10 no PR
Segundo o inspetor do PRF Wilson Martines, a quantidade de acidentes nas áreas urbanas das rodovias se deve à confluência do tráfego pesado com o trânsito das cidades. Outro fator, aponta, é a falta de atenção dos motoristas, que não reduzem a velocidade quando trafegam em perímetros urbanos.
Segundo o inspetor, a convivência pacífica no trânsito também depende de melhorias na infraestrutura viária, como a instalação de trincheiras, contornos e placas de sinalização. "Porém, há ainda quem não respeite a sinalização ou o contorno e insiste em trafegar equivocadamente pelo perímetro urbano", diz.
O especialista em trânsito e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Eduardo Ratton concorda que falta sinalização para evitar os acidentes, principalmente em trechos que correspondem a perímetros urbanos. "Os contornos são necessários porque retiram o tráfego pesado de dentro das cidades. Também falta duplicação das pistas", afirma.
Ratton, no entanto, acredita que o erro principal é insistir na existência de rodovias cortando as cidades. "Gestores públicos chegam a pedir para que isso ocorra, porque eles acham que a rodovia trará desenvolvimento à cidade", revela. De acordo com ele, esse ponto de vista é equivocado. "O motorista que vem andando na média dos 100 km/hora e de repente se depara com um perímetro urbano corre o risco de provocar um acidente", assinala.
Curva da Santa
Dois trechos da BR-376 que passam pelo Paraná em direção ao litoral de Santa Catarina concentraram 111 acidentes no ano passado. Os quilômetros 665 e 668, na chamada Curva da Santa, somaram 29 feridos e sete mortes.
Trechos de Maringá e Sarandi lideram acidentes
William Kayser, da Gazeta Maringá
Dois trechos urbanos, em Maringá e Sarandi, no Noroeste do Paraná, estão entre os primeiros em acidentes nas rodovias federais. O líder do ranking é o quilômetro 176 em três cruzamentos: na Avenida Morangueira e nas ruas Lauro Werneck e Demétrio Ribeiro. No trecho urbano de Maringá, a BR-376 é chamada de Avenida Colombo. O outro ponto é o quinto em acidentes, o quilômetro 183, em Sarandi, paralelo à Rua Pedro Galindo Garcia e ao semáforo do cruzamento com a Avenida Londrina, que faz a ligação entre Maringá e Londrina.
O inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Luís Spaciari, citA dois fatores como os motivos principais das colisões: o fluxo alto de veículos e a falta de atenção dos motoristas. O trecho maringaense tem média de 85 mil carros por dia, já o de Sarandi não possui um cálculo aproximado. Segundo Spaciari, a maioria dos acidentes registrados nos dois locais são de colisões traseiras. "Geralmente são acidentes com apenas danos materiais. Normalmente as poucas vítimas são motociclistas, que sempre sofrem algum tipo de lesão em qualquer acidente", afirma.
Contorno Norte
A polícia e a prefeitura de Maringá creem que a inauguração do Contorno Norte, prevista para agosto, tende a diminuir o tráfego na avenida, minimizando o número de acidentes em toda a extensão do trecho urbano. A obra tem o objetivo de tirar os caminhões de dentro da cidade. O desvio, no entanto, termina na entrada de Sarandi, ou seja, não servirá para o quilômetro 183.
A prefeitura de Sarandi e a concessionária Viapar, responsável pelo trecho, pretendem elaborar projetos para criar trincheiras que desafoguem o trânsito. "A trincheira serviria para a rodovia passar por baixo, desviando da cidade por um túnel", explica o diretor de engenharia da Viapar, Jackson Luiz Ramalho Seleme.
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