Mesmo sem cumprir plenamente as metas de preservação ambiental, o governo brasileiro buscará um papel de protagonista na próxima Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), a ser realizada em outubro em Nagoya, no Japão. De acordo com a secretária de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília de Brito, o país vai apresentar os custos para a preservação ambiental e pleitear recursos para o seu cumprimento.A ideia é definir metas e prazos para o repasse de recursos dos países mais ricos para nações com maior biodiversidade desenvolverem projetos de preservação da fauna e da flora. "Em primeiro lugar vamos apresentar o número de custos", disse Maria Cecília. As declarações foram dadas ontem, em São Paulo, no Fórum Biodiversidade e Economia, realizado pela Editora Abril.
Apesar de o Brasil aspirar a um papel de protagonista, as metas ambientais assumidas em 2002, na COP-6 da Holanda, não foram cumpridas pelo país. Nas próximas semanas, antes da reunião em Nagoya, o governo divulgará um relatório informando o quanto o país ficou distante de alcançar as metas de preservação.
Unidades de preservação
Ainda assim, a secretária disse acreditar que houve avanços. "Nenhum país cumpriu as metas, mas o Brasil tem resultados a apresentar. Sozinho o país criou 75% das unidades de preservação ambiental estipuladas como compromisso no mundo todo."
Além disso, segundo Maria Cecília, o país começou a olhar mais para outros biomas além da Amazônia, como o Pantanal, a caatinga e a Mata Atlântica. "O avanço no estudo desses biomas nos permitiu entender melhor as causas dos desmatamentos e descobrir a melhor maneira de agir", avaliou.
Ela atribuiu o não cumprimento das metas da COP-6 à "dificuldade de incluir o tema biodiversidade na pauta política e econômica". Maria Cecília também afirmou que o governo federal destinou apenas uma quantia que é o equivalente a 25% do que seria necessário para projetos de preservação.