Institutos brasileiros desenvolveram e devem testar na próxima semana o primeiro exame feito no país para diagnosticar infecções pela nova gripe. Fruto de uma parceria dos Institutos Oswaldo Cruz, -o teste é feito com a mesma metodologia dos exames importados - o PCR em tempo real. O custo do produto nacional representa cerca de 10% do valor de mercado do teste importado. Mas, atualmente, o país não paga pelo kits - por se tratar de uma emergência mundial, o produto é doado pela Organização Mundial da Saúde
Depois de validado, o exame será ofertado para o Ministério da Saúde. "Caberá ao governo a decisão de incorporá-lo ou não", afirmou o pesquisador Marco Aurélio Krieger, integrante do Instituto Carlos Chagas e do IBPM. Além de Krieger, foram responsáveis pelo projeto Marilda Siqueira, do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz, e Antonio Ferreira, do Instituto Carlos Chagas.
Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, informou que a validação é uma etapa indispensável para a aplicação prática do novo exame. Caso ele não passe pela certificação, programada para ser realizada na próxima semana, os estudos devem continuar. Krieger conta que o trabalho para desenvolvimento do teste nacional começou há dois meses, logo depois da notícia dos primeiros casos da doença e da dificuldade de o país receber os primeiros kits importados.
Quando foram confirmados no mundo os casos iniciais da nova gripe, o Brasil teve de aguardar cerca de 20 dias para receber os kits de diagnóstico. "Com a produção nacional, ganhamos maior autonomia. Podemos nos planejar e adaptar o volume de produção dos testes de acordo com a demanda." Krieger, no entanto, diz que a produção nacional é importante, mesmo que para isso seja preciso pagar pelo produto. "Dominar a tecnologia é uma questão estratégica. É importante porque garantimos autonomia e agilidade para a produção do teste." Além dos kits, os institutos desenvolveram insumos e reagentes usados nos testes.
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