Saiba mais sobre a nova linhagem do vírus H1N1| Foto:

Laboratório encerra testes e inicia produção

A vacina para a influenza A (H1N1) – a chamada gripe suína – que está sendo desenvolvida pela Baxter, nos Estados Unidos, pode ficar pronta para distribuição em grande escala já no mês que vem, logo após o encerramento da fase de testes e avaliação do vírus. Em comunicado divulgado ontem, o laboratório, autorizado pela Agência Europeia de Medicamentos (Emea), confirmou que terminou os testes e já está começando a produção.

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Câmara libera verba

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem medida provisória que libera R$ 1,217 bilhão para recuperação da infraestrutura dos estados atingidos por enchentes, especialmente no Norte e Nordeste, e ações contra a influenza A (H1N1). A matéria segue para votação no Senado. As informações são da Agência Câmara. A medida destina R$ 1,087 bilhão aos estados afetados pela chuva. Os R$ 129,87 milhões restantes são destinados à "prevenção, preparação e enfrentamento" da nova gripe. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 12,5 mil tratamentos prontos e matéria-prima para produzir outros 9 milhões. O país conta ainda com 54 centros de referência, enquadrados nas normas da OMS, que estão preparados para tratar possíveis infectados.

São Paulo - O Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Saúde de São Paulo, anunciou ontem o isolamento de um subtipo do vírus da influenza A (H1N1), a chamada gripe suína, etapa importante para a produção da vacina brasileira contra a doença. O isolamento foi feito pela equipe da virologista Terezinha Maria de Paiva.

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Os técnicos brasileiros perceberam um padrão diferente para o vírus daquele que foi registrado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, com base em amostras retiradas de pacientes da Califórnia. O isolamento do vírus tornou possível o sequenciamento genético da estirpe brasileira do vírus, que foi batizado de A/São Paulo/1454/H1N1.

De acordo com o instituto, a caracterização genética é fundamental para saber se o padrão viral se mantém ou já se diferenciou dos encontrados em outras regiões do mundo. O sequenciamento também contribuirá para a produção da vacina brasileira e para a avaliação da resposta dos doentes aos antivirais.

Em São Paulo, o primeiro caso de infecção humana pelo vírus foi identificado em um homem de 26 anos que apresentou os sintomas da gripe ao retornar de uma viagem ao México. O paciente foi internado em 24 de abril no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e recuperou-se. Amostra de secreção respiratória deste paciente foi investigada pelos pesquisadores do Adolfo Lutz, que depois isolaram o vírus.

O estudo revelou as 1.701 bases e a análise comparativa indicou a presença de mudanças e alteração de aminoácidos – os "tijolos" que formam as proteínas. A proteína neuraminidase ("N") não se alterou.

O comparativo entre o que foi isolado em São Paulo e o vírus da Califórnia foi possível após o vírus ser fotografado pelo setor de microscopia eletrônica do instituto – a imagem foi ampliada em 200 mil vezes, em equipamento capaz de aumentar esse tipo de imagem em até 1 milhão de vezes.

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Segundo Clélia Aranda, coordenadora de Controle de Doenças do Instituto Adolfo Lutz, foram avaliadas as estruturas do vírus chamadas constantes – onde não estão previstas mudanças – e as que podem sofrer variação.

A mutação na proteína hemaglutinina já era esperada. "As mutações são frequentes e é a partir delas que se podem fazer as modificações das vacinas", afirmou. Ainda é cedo, entretanto, para avaliar o que a mutação venha a significar em termos de virulência e de capacidade de infecção.

A produção de uma vacina pelo Instituto Butant㠖 que já faz testes para gripe sazonal e deverá iniciar a produção em 2010 – depende de análise prévia do CDC e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O trabalho do Adolfo Lutz é inédito no Brasil desde o surgimento dos primeiros relatos da gripe suína. No mundo, pesquisas em banco de dados revelarem existir cerca de 2 mil estirpes diferentes do vírus.

Balanço

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Em todo o Brasil já foram confirmados pelo Ministério da Saúde 79 casos da doença. Boletim divulgado ontem registra dois novos casos em Santa Catarina, dois em Minas e um no Rio.