O ministro da Saúde, Arthur Chioro, avaliou ontem como preocupante a situação do ebola na África Ocidental. "Embora o risco continue sendo muito baixo de termos casos no Brasil, não podemos desconsiderar a gravidade da situação. Estamos tomando todas as medidas", disse.
Em entrevista à Agência Brasil, lembrou que os esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) não impede, por exemplo, que voluntários adoeçam e precisem ser repatriados, como já aconteceu nos Estados Unidos e na Espanha.
Segundo Chioro, o Brasil precisa fortalecer a construção de uma segunda e terceira linhas de bloqueio de casos a partir de uma investigação em portos e aeroportos. "A nossa vantagem em relação à Europa é que não temos voos diretos com esses países [afetados pelo ebola]. Sempre serão casos onde a primeira linha de bloqueio será feita na própria África e a segunda, em um aeroporto ou porto antes de embarcar para o Brasil", explicou.
O ministro destacou que o governo brasileiro está atento à epidemia e adiantou que fará uma simulação de caso suspeito da doença, no porto de Santos, para aprofundar a integração entre a Secretaria Especial de Portos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as autoridades sanitárias locais. "É sempre mais remota a possibilidade de entrada [da doença] por um navio do que por um avião, mas não podemos desprezar essa possibilidade. Estamos tratando todas as frentes possíveis com a seriedade que o caso exige."
O último balanço da OMS indica que o ebola já infectou 8.033 pessoas e matou 3.879 delas. Ainda de acordo com o levantamento, os países com casos confirmados da doença até o momento são: Guiné, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Estados Unidos. A Espanha também confirmou um caso de contaminação pelo ebola uma auxiliar de enfermagem que contraiu a doença mesmo usando roupa protetora. Nos Estados Unidos, um homem de nacionalidade liberiana morreu ontem durante um tratamento experimental para combater a doença.
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