Rio – O secretário de Desenvolvimento e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Maurício Zimermmann, afirmou ontem ao participar do 19.º Fórum de Altos Estudos, que a energia proveniente de fontes nucleares é uma realidade na matriz energética brasileira e o país precisará de quatro a oito novas usinas atômicas para poder suprir o crescimento da demanda por energia até 2030.

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"Quando se fala em energia nuclear, fala-se em uma opção com que o país tem que trabalhar para frente. No nosso planejamento energético de longo prazo, mesmo você tendo um cenário de colocação de 4 mil megawatts de hidrelétrica por ano até 2030, ainda assim eu vou ter a necessidade de construção de seis a oito plantas nucleares – o equivalente a 8 mil megawatts até 2030. E isto sem considerar Angra 3."

Alternativa

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O secretário disse, ainda, que a usina de Angra 3 é uma alternativa que consta do Plano Decenal de Atendimento de Energia elaborado pelo governo e agora em processo de revisão, confirmando que a possibilidade da retomada das obras da unidade estará em pauta na próxima reunião do Conselho de Política Energética (CNPE).

"No Plano Decenal de 2006-2015 a usina de Angra 3 consta como uma alternativa. Porque ela tem preços compatíveis com outras fontes que são realidade aqui no Brasil. Agora que estamos chegando próximo à necessidade de nós termos a complementação de fontes para atender-mos este mercado é razoável que este assunto volte a ser discutido no CNPE."

Zimermmann deixou claro, porém, que a possibilidade da retomada das obras de construção de Angra 3 é uma decisão que não depende apenas do setor elétrico. "Esta não é uma decisão apenas do setor elétrico: ela é mais complexa. Na verdade isto implica em uma decisão (opção) de país. E é claro que quando esta decisão vier a ocorrer é porque a opção pela ampliação da oferta nuclear já terá sido tomada."

Ao defender a viabilidade da energia atômica, o secretário ressaltou o fato de que o custo médio de uma usina nuclear é de aproximadamente R$ 150 o megawatt-hora, enquanto ao de uma usina térmica movida a gás natural chega a R$ 170 o megawatt-hora.

Sobre a questão política que envolve a opção do país pela retomada do seu programa de geração de energia nuclear, o secretário foi categórico ao afirmar que esta é uma opção com que o país tem que trabalhar daqui para frente. O secretário informou que o Plano Nacional de Energia que está sendo revisto pelo governo estará sendo divulgado deixa claro esta necessidade.

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A questão nuclear foi citada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como alternativa para o país, caso haja a continuidade de problemas para construir novas usinas hidrelétrica.

Contudo, a idéia é questionada por movimentos ambientais e até dentro do próprio governo, como se manifestou recentemente a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.