A representante do Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde criticou os preços dos medicamentos contra o HIV durante a 17ª Conferência Internacional de Aids, que ocorreu na última semana, no México, e defendeu uma política mais justa para os valores cobrados pela indústria farmacêutica na América Latina.
"A política da indústria é baseada na prevalência da doença e na renda média, mas o que defendemos é o preço justo, que leve em conta outros fatores, como o fato de um país garantir acesso universal. Vamos buscar uma redistribuição de preços", disse a diretora do programa, Mariângela Simão, na quinta-feira, depois de falar para mais de 3 mil pessoas em uma das sessões da conferência em que o Brasil foi destaque por ter a política mais robusta e universal de acesso a medicamentos contra a aids.
Segundo a diretora, hoje as empresas oferecem drogas por valores mais acessíveis em países pobres da África, por exemplo, mas há disparidades inexplicáveis nos valores pagos por outras instituições e governos. "Para os países africanos há preços humanitários, mas até para a América Latina, onde se recebe pouca ajuda externa e há sistemas de saúde instalados, há diferenciais gigantescos e inexplicáveis", disse.
A diretora destacou que o Brasil deve passar a pagar US$ 3,25 pelo comprimido do anti-retroviral Tenofovir, após negociação com a fabricante do medicamento, enquanto o México paga hoje US$ 6,50. Fora do continente, a Tailândia, que tem nível de desenvolvimento comparável ao do Brasil, paga pouco mais de US$ 1. Outro exemplo, afirma, é a combinação de lopinavir e ritonavir (Kaletra), que custa US$ 5 mil por ano no México e US$ 1 mil no Brasil.
Neste ano, o custo do acesso universal no País, que cresce continuamente, deverá passar de R$ 1 bilhão. O governo tem fomentado debates mundiais sobre os preços dos anti-retrovirais em busca de preços melhores desde a gestão José Serra no Ministério da Saúde, política que culminou com o licenciamento compulsório da droga contra a aids Efavirenz, no ano passado, logo após a posse de José Gomes Temporão. A produção nacional da droga, no entanto, está atrasada e o Brasil mantém a importações de genéricos indianos para garantir a queda dos preços.
A preocupação com os custos dos anti-retrovirais torna-se maior diante de dados desanimadores apresentados durante o evento. Atualmente, apenas um terço dos portadores do HIV que necessitam de remédios no mundo estão sob tratamento. As Nações Unidas reconheceram que os países não deverão cumprir a meta de fornecer tratamento a todos que precisam até 2010 - o Brasil é exceção. Também a ausência de boas notícias sobre a pesquisas de drogas e vacinas trouxe desânimo. Mas sobraram polêmicas, como a antecipação do tratamento em pacientes assintomáticos e o uso dos remédios como prevenção em relações sexuais de soropositivos substituindo a camisinha.
- Laboratórios públicos têm 60% de capacidade ociosa
- ONGs são acusadas pelo MPF de desviar dinheiro destinado a portadores de aids
- Governo diz que laboratórios públicos receberão incentivos do BNDES
- Gel pode evitar contaminação pelo HIV através do sexo anal
- "Primo" do DNA pode atacar vírus da Aids com sucesso, diz pesquisa
Quem são os jovens expoentes da direita que devem se fortalecer nos próximos anos
Frases da Semana: “Kamala ganhando as eleições é mais seguro para fortalecer a democracia”
Iraque pode permitir que homens se casem com meninas de nove anos
TV estatal russa exibe fotos de Melania Trump nua em horário nobre
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora