O Brasil enviará, até o fim do ano, relatório sobre os resultados da redução de emissões na Amazônia ao Fundo Verde do Clima (GCF, em inglês). Completará, dessa forma, as formalidades para tornar-se o primeiro país a pleitear o reconhecimento internacional e o pagamento, previsto na Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (UNFCCC), por seus esforços contra o desmatamento.
O primeiro passo foi dado em junho, quando o governo brasileiro apresentou seu relatório de níveis de referência documento de 58 páginas sobre o bioma Amazônico. Nenhum outro país havia tomado a iniciativa antes.
Esse documento já indica ter o desmatamento de 210 mil quilômetros quadrados na região, entre 1996 e 2005, provocado emissões de 1,106 bilhão de toneladas de CO2. Com cinco anos acrescentados, os dados mudaram: o desmatamento de 255,3 mil km² resultou em 908 milhões de toneladas de CO2 lançadas na atmosfera.
A redução de emissões entre 2005 e 2010, portanto, foi de 198 milhões de toneladas uma média de 39,6 milhões de toneladas ao ano. A média anual de desmatamento caiu de 21 km², entre 1996 e 2005, para 4,5 mil km² entre 2006 e 2010. O resultado foi obtido graças, em sua maioria, aos projetos do Plano de Ação para a Proteção e o Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), criado em 2004 e hoje em sua terceira etapa de adoção.
Na época da apresentação do relatório de níveis de referência, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou ser essa redução anual brasileira equivalente às emissões de CO2 do Reino Unido a cada ano. Ou seja, com suas iniciativas de combate ao desmatamento, o Brasil teria compensado o volume lançado pelo Reino Unido. Ao trazer números auditáveis, o relatório prova que o país está atingindo as metas nacionais de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), mecanismo da Convenção-Quadro que prevê a premiação financeira.