Foz do Iguaçu - O Ministério da Saúde confirmou ontem mais um caso de contaminação por gripe suína causada pelo vírus influenza A (H1N1) no Brasil, elevando para dez o número de casos no país. O novo caso é de um paciente do Rio de Janeiro que viajou aos Estados Unidos no dia 14 de maio e retornou ao Brasil no dia 21 deste mês. Ele procurou um centro médico no último domingo e, segundo o governo, está em tratamento e passa bem.
Além das dez confirmações da doença, há no Brasil 16 casos suspeitos em oito estados. Um deles está no Paraná. Um menino de 7 meses que pode ter contraído o vírus da Influenza A está internado em Foz do Iguaçu desde terça-feira à tarde. O caso vem sendo acompanhado por especialistas do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, uma das quatro unidades de saúde conveniadas do Paraná com quartos de isolamento adequados para o tratamento da doença.
A internação e a observação, como explica a médica infectologista Flávia Trench, são uma medida de segurança. "A criança teve contato durante o fim de semana com a avó, que mora em Assunção, no Paraguai, e que estava com problemas respiratórios. Dois dias depois, apresentou um quadro de tosse e febre alta. Como não se sabe ao certo de que forma a doença vem sendo tratada no país vizinho, e mesmo não se enquadrando nos critérios, a epidemiologia do município decidiu por precaução isolar o bebê."
De acordo com informações do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, a criança vem respondendo bem aos cuidados médicos. Amostras da secreção nasal foram coletadas e serão encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para os exames que detectam a presença do vírus A (H1N1). O resultado deve ficar pronto nos próximos dias. Até lá, o paciente deve ficar em isolamento.
Mortes
O número de mortos pela gripe suína no mundo chegou a 100 após a morte de mais dois nova-iorquinos, segundo contagem da agência Associated Press. A influenza A (H1N1) já matou 83 pessoas no México, 14 nos Estados Unidos, duas no Canadá e uma na Costa Rica. Apesar disso, o chefe do setor de gripe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Keiji Fukuda, afirmou que o vírus não alcançou o nível de pandemia. Segundo ele, uma mudança no nível de alerta atualmente em 5, em uma escala de 1 a 6 não mudaria muito a resposta dos governos.
"Nos sentimos confortáveis sobre o fato de que os países estão tomando as medidas de saúde pública que precisam tomar", afirmou Fukuda na terça-feira, em entrevista coletiva. Fukuda disse que outros países teriam de registrar grandes níveis de contágios, como EUA e México, para que a OMS eleve o alerta. Mais da metade dos casos de influenza A (H1N1) ocorreu nos EUA.
Ontem, a OMS também divulgou seu mais recente balanço sobre a doença. A entidade contabiliza 13.398 casos, em 48 países. O número divulgado pela OMS é diferente do registrado pelos governos, pois a entidade mundial demora mais para confirmar os dados.
