Perigo extra
Incidentes com animais aumentam 420% em seis anos
Segundo dados do Cenipa, o número de choques de aviões com animais, entre 2007 e 2012, passou de 404 casos para 1.699. Os incidentes envolvem principalmente aves, mas também répteis e mamíferos, e ocorrem tanto no ar quanto em solo. O órgão ainda contabiliza 1.733 visualizações de raio laser em aeronaves no espaço aéreo brasileiro no ano passado. O Aeroporto José Richa, de Londrina, foi o líder de relatos no Brasil. Especialista em gerenciamento de riscos com experiência na área de aviação, Gustavo Cunha Mello diz que as ocorrências também contribuem para acidentes aéreos. "Dificilmente elas geram acidentes graves, mas acabam por prejudicar a segurança do voo."
19,8 mil
é o número de aeronaves registradas no país de acordo com dados de 2012 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em 2003, eram 14,6 mil. Pelos dados do Cenipa, o porcentual de aeronaves envolvidas em acidentes está em ascensão, mas ainda é inferior ao verificado em 2003. Nesse ano, 0,41% da frota estava envolvida em acidentes fatais, enquanto 0,56% sofreram perda total. No ano passado, os respectivos índices foram de 0,32% e 0,38%.
401 mortes
foram registradas em acidentes de avião em voos comerciais de janeiro a novembro de 2012. Em 2011, o número de mortes foi de 490. A Associação Internacional de Transporte Aéreo registrou um acidente de qualquer tipo para cada 5,3 milhões de voos comerciais. O número revela que 2012 foi o ano mais seguro para as companhias aéreas
Aumento da frota, falta de infraestrutura de aeroportos e imperícia de pilotos são as principais causas, segundo especialistas, para o aumento recorde de acidentes aéreos em 2012.
De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), no ano passado foram registradas 168 ocorrências (nove a mais que em 2011), o que representa um aumento de 140% em 10 anos. Em 2003, o país teve 70 acidentes. Já a quantidade de aeronaves registradas na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que trafegam pelo espaço aéreo brasileiro cresceu em uma proporção menor, de 36% durante o mesmo período.
Os meses com maior registro de acidentes em 2012 foram fevereiro, agosto, novembro, junho e dezembro. Em todos eles, o índice de casos superou os dados contabilizados no ano anterior.
Das 168 tragédias aéreas, 146 foram com avião (aumento de 175% em relação a 2003, quando foram registrados 53 acidentes) e outras 22, com helicóptero (aumento de 29% em 10 anos, quando ocorreram 17 acidentes). Os dados do Cenipa são preliminares e podem sofrer alterações, pois o órgão ainda está recebendo relatos de seus escritórios regionais.
Causas
Para André Boff, professor do curso de Ciências Aeronáuticas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), o aumento da frota e a falta de infraestrutura exercem papel preponderante para o crescimento do índice de acidentes. Ainda segundo ele, a maior parte das ocorrências é de aeronaves de pequeno porte. "Não há estrutura que garanta segurança de pilotagem no céu brasileiro. Além disso, problemas como falta de manutenção da aeronave, a falta de supervisão de aviões e helicópteros particulares e a imperícia dos pilotos contribui para o aumento dos acidentes", completa.
A coordenadora do curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Norte do Paraná (Unopar), Vivien Corazza da Costa, concorda que a falta de infraestrutura para coordenar os voos pode contribuir para o aumento de acidentes. "O governo federal deveria contratar mais controladores de voos, mas também vemos muitas pessoas pilotando avião sem ter curso ou experiência suficiente", comenta.
O ano passado ainda registrou o maior número de acidentes de avião com mortes foram 29, contra 22 no ano anterior. Os acidentes envolvendo helicópteros deixaram menos vítimas fatais três, contra oito em 2011. Porém, a quantidade de mortos nas tragédias registrou queda. No ano passado, 71 passageiros e tripulantes perderam suas vidas em quedas de avião e helicóptero, contra 90 em 2011.
Diminuição relativa tem explicação econômica
Especialista em gerenciamento de riscos com experiência na área de aviação, Gustavo Cunha Mello ressalta que a taxa de crescimento de ocorrências em 2012 em relação a 2011 foi menor (perto de 5,6%) do que a de 2011 em relação a 2010 (41%). Isso, contudo, não pode ser visto como um avanço. Segundo ele, foi apenas reflexo das dificuldades econômicas que grande parte dos brasileiros viveu no ano passado. "A maioria dos acidentes é provocada por jatinhos e helicópteros particulares. Como o combustível para a aeronave ficou mais caro, as pessoas viajaram menos. Quanto menos se viaja, menos risco se corre", explica Mello. Além disso, ele ressalta que o espaço aéreo não é completamente controlado. "Sem falar que muitos pilotos são imprudentes e até bebem antes de pilotar. Isso contribui para o índice, afirma.
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