O Brasil suspendeu a importação, a partir desta segunda-feira, de vários tipos de frutas do Chile, incluindo uva fresca, devido à identificação do ácaro Brevipalpus chilensis em cargas que vieram do Chile recentemente, informou o Ministério da Agricultura.
"Este ácaro é considerado praga quarentenária ausente no Brasil e, caso se estabelecesse em nossos pomares, poderia ocasionar perdas de até 30% na produção de videiras", informou o ministério em um comunicado.
Além da uva, foram suspensas também as importações de kiwi, anona, damasco, mastruço, frutas cítricas, caqui, figo, maçã, maracujá amarelo, geranium, plumcot, "sweet almond", nectarina, pêra, pêra asiática, groselha e framboesa, todas por serem potenciais hospedeiras da praga, informou o governo.
"As infestações por B. chilensis em pomares de uvas podem causar a morte dos brotos pela desidratação dos tecidos", informou o ministério, acrescentando que o mosto proveniente das plantas atacadas apresenta menor graduação alcoólica.
As variedades mais susceptíveis à praga são as européias Cot Rouge, Semillón (Sauvignon e Cabernet), utilizadas para a produção de vinhos vermelhos, informou o comunicado.
"A proibição de importação tem como base o Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre os governos do Brasil e do Chile em matéria de sanidade aqropecuária".
"Tal acordo prevê a possibilidade da suspensão de importação de produtos que possam apresentar ameaça ao nível de proteção fitossanitária fixado pelos países, até que seja verificado se os vegetais e seus produtos de exportação encontram-se sujeitos a rigorosos acompanhamentos fitossanitários em atendimento às exigências de importação da outra parte", disse o ministério.
O Brasil também enfrenta no momento uma proibição ampla do Chile sobre exportações de carne bovina de qualquer região brasileira.
A ação do Chile, tradicionalmente um dos maiores mercados para a carne bovina brasileira, foi tomada após os casos de febre aftosa no Brasil no ano passado e ainda não houve sinais de relaxamento da proibição, diferentemente de outros países que liberaram carne de Estados distantes dos focos.
A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) já protestou oficialmente contra a manutenção total da proibição chilena.
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