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Rio+20

Brasil tem nova chance de ser exemplo verde

 | Felipe Lima
(Foto: Felipe Lima)

O Rio de Janeiro se prepara para voltar a ser o centro do mundo nas discussões sobre sustentabilidade. A pouco mais de cem dias do início da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Susten­­tável – chamada de Rio+20, numa alusão às duas décadas após a realização da Eco92 –, a cidade quer aproveitar a presença de até 150 países para promover uma festa democrática. De 13 a 22 de junho, a cidade deve receber 50 mil pessoas cadastradas pela ONU e outras milhares de interessadas em discutir os rumos do planeta. Além de uma série de eventos culturais simultâneos, será promovida também uma reunião de cúpula do C-40, o grupo que reúne os prefeitos das maiores cidade do mundo, no Forte de Copacabana.

A agenda oficial da Rio+20 ocorrerá no Riocentro, em Jaca­­repaguá, mas as ONGs e a sociedade civil devem se concentrar no Ater­­ro do Flamengo e na região do Por­­to. O diretor do Greenpeace Bra­­sil, Marcelo Furtado, critica a concentração das manifestações da sociedade civil no Aterro do Fla­­mengo, a 37 quilômetros do Rio­­cen­­tro. "Essa distância explicita o que está acontecendo no mundo: governos conversam entre eles e a sociedade dialoga sozinha. Vamos mobilizar a população e defender um Brasil que invista em energias renováveis e não no pré-sal. Não vamos deixar a turma do Riocentro falar para si mesma", garante.

Falta de metas

A baixa adesão dos chefes de Estado à conferência é uma preocupação das autoridades brasileiras. Dois temas centrais serão discutidos na Rio+20: economia verde/redução da pobreza e governança global ambiental. O presidente do Instituto Brasil Pnuma (Progra­­ma das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Haroldo Mattos de Le­­mos, teme que a falta de um documento estabelecendo metas para os países esvazie o encontro. "Na Eco92, o conceito de desenvolvimento sustentável foi discutido e aprovado. Dessa vez, a falta de um plano com metas concretas para atingir a sustentabilidade põe em xeque o encontro. Há 20 anos, vieram 112 chefes de Estado. Apesar dos esforços do governo brasileiro, desta vez a crise global deve minar a adesão dos líderes", pondera.

O prefeito Eduardo Paes afirma que, durante o encontro, a cidade não vai vender ao mundo a imagem de metrópole sustentável, mas de um centro que está no rumo certo para resolver antigos passivos ambientais. Quanto aos transtornos no trânsito, Paes diz que eles serão inevitáveis: "Vamos ter algum transtorno. Mas o Rock in Rio não foi o caos que todos imaginavam", diz. Metade do orçamento geral para o encontro – são previstos R$ 430 milhões do governo federal – vai para segurança.

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