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Exclusão

Os municípios que substituírem médicos pagos pelas prefeituras por profissionais pagos pelo Mais Médicos podem ser excluídos do programa, segundo o Ministério da Saúde. O jornal Folha de S.Paulo mostrou ontem que em ao menos quatro estados há prefeituras que já estão substituindo ou pretendem substituir seus profissionais pelos contratados pelo governo. As cidades estão no Amazonas, Bahia, Ceará e Pernambuco.Segundo as prefeituras, essa substituição significa economia, já que a bolsa de R$ 10 mil do Mais Médicos é totalmente custeada pela União.

Médicos cubanos recrutados para trabalhar no Brasil recebem aulas de português e informações sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) há pelo menos seis meses. Mesmo sem a formalização de um acordo, professores brasileiros, usando material didático do Mais Médicos, viajaram para diversas localidades de Cuba para iniciar a formação dos profissionais, em uma sinalização de que o governo há tempos trabalha com a meta de trazê-los para o país.

"Agora é só revisão. Boa parte do conteúdo aprendemos lá", assegurou o médico Alfredo Rousseaux, que desembarcou semana passada em Brasília para um estágio de três semanas. "Um dos professores daqui conheço de vista, já deu curso lá em Cuba", completou.

A apostila de português, distribuída nesta semana para os alunos com o logo do Mais Médicos, também já é conhecida de Rousseaux. "Os professores exibiam projeções com o mesmo conteúdo."

Rousseaux conta que todos estavam convictos de que o desembarque no Brasil seria questão de tempo. "Fui informado sobre a vinda mais ou menos 15 dias antes da viagem.

Disseram que era para deixar tudo pronto." O acordo entre Brasil e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), organismo internacional encarregado de fazer a triangulação com o governo cubano, contudo, foi formalizado somente na quarta-feira da semana passada. Três dias depois, 400 dos 4 mil médicos desembarcaram no país.

Inquérito

Ontem, o governo federal entregou uma vasta documentação sobre o Mais Médicos ao Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal, que abriu um inquérito nesta semana para apurar as condições ofertadas aos médicos pelo programa. Segundo o procurador do trabalho Sebastião Caixeta, o governo insistiu que trata-se de um programa de qualificação profissional, que envolve institutos de educação superior, e que não seria apenas uma contratação de médicos sem a oferta de todos os direitos trabalhistas.

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