São Paulo O Brasil vai defender, junto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a extensão dos trabalhos da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) até fevereiro de 2008. Desde junho de 2004, o Brasil mantém cerca de 1.200 militares no país e participa da coordenação da missão, que, conforme dados atualizados pelo Itamaraty, reúne ao todo 6,7 mil militares e 1,7 mil policiais das Nações Unidas, além de centenas de outros profissionais.
O atual mandato da Minustah expira em 15 de fevereiro, e perto dessa data deve ocorrer a próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU para avaliar a renovação. A assessoria de imprensa do Itamaraty confirma que a posição do país será pela renovação do mandato, desta vez de forma estendida. Até agora, as renovações eram feitas de seis em seis meses.
Longo prazo
A extensão por doze meses, em vez de seis, foi recomendada também pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em seu último relatório semestral sobre a situação no Haiti, em dezembro. Segundo informações da Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil vai defender essa mesma posição porque quer mostrar que tem um compromisso de longo prazo com a recuperação do país caribenho.
O novo comandante do contingente militar da Minustah, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou que a renovação por um ano favoreceria um melhor planejamento para as ações das forças de paz no país.
Ele lembrou que a tarefa de "estabilização" social e econômica do país demanda ações de médio e longo prazo. "Os objetivos aqui, principalmente na minha área, que são os de conter a violência, auxiliar o governo do Haiti e todo o poder estatal, são gradativos, as coisas não acontecem da noite para o dia", disse. Para ele, o prazo mais dilatado vai favorecer o trabalho no que tange ao "ambiente social" do país. Grupos da sociedade civil internacional, em atividades como o Fórum Social Mundial, ou a recente Cúpula Social pela Integração dos Povos, em Cochabamba, no último mês de dezembro, têm feito manifestações pela retirada das tropas da ONU.
A permanência da Minustah, porém, é defendida pelo novo presidente haitiano, René Préval, eleito democraticamente no ano passado.
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