Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Em meio à crise diplomática

Brasileira que sobreviveu ao ataque do Hamas relata omissão do governo Lula

O vídeo com o relato de Rafaela Triestman foi publicado nesta quarta-feira (21) pelo ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz (Foto: Reprodução/X)

Ouça este conteúdo

“O dia 7 de outubro [de 2023] foi o maior trauma da minha vida, o dia mais escuro da minha vida”. É assim que a brasileira Rafaela Triestman, de 20 anos, descreve o que viveu durante o ataque realizado pelo grupo terrorista Hamas, em Israel. "E o governo brasileiro em nenhum momento entrou em contato comigo”, disse. “Nem com a família do Ranani Glazer, que foi brutalmente assassinado”, continuou, ao citar seu namorado e outros jovens do Brasil mortos na mesma data.

“Não posso voltar para o meu próprio país por conta do perigo de ser judia”, lamentou, criticando o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito da guerra atual na Faixa de Gaza e o Holocausto. “A representação do Brasil faz comentários antissemitas, e o governo compara o que Israel faz com Hitler, desrespeitando a memória de 6 milhões [de judeus] que morreram”.

O vídeo com o relato foi publicado nesta quarta-feira (21) pelo ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, que repudiou a fala do presidente Lula no último domingo (18). Inclusive, em sua conta do X (antigo Twitter), Katz se dirigiu ao presidente do Brasil:

“Após a sua comparação entre a nossa guerra justa contra o Hamas e os atos desumanos de Hitler e dos nazistas, a Rafaela tem uma mensagem que o senhor deveria ouvir”, escreveu o chanceler.

De acordo com a brasileira, que é judia e se mudou para Israel há três anos, ela estava com o namorado brasileiro na festa rave atacada pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. “Passamos a noite e, quando já era 6h, 6h30 da manhã, vimos muitos mísseis no céu, e nos preocupamos”, disse a jovem, que não encontrou lugar para se abrigar. Então, “eu e o Ranani, que era meu namorado, resolvemos procurar um bunker, um lugar seguro”.

No trajeto, ela conta que o casal encontrou um espaço de proteção antimísseis — descrito por ela como “extremamente pequeno e sem porta” — e que ficou dentro dele, pensando que estavam protegidos do ataque aéreo. “Ficamos lá um tempo, e começaram a entrar muitas outras pessoas que também estavam na festa”, continuou Rafaela, ao afirmar que cerca de 40 pessoas se aglomeraram no bunker.

Brasileira relata que terroristas "queimaram pessoas vivas"

Entretanto, a sensação de segurança deu lugar ao desespero quando eles começaram a ouvir tiros do lado de fora e viram terroristas invadirem o local. “O Hamas chegou até nosso bunker, eles jogaram bombas de gás, granadas e atiraram em todo mundo que estava vivo, que se mexia”. Além disso, “jogaram coquetéis molotov, fizeram uma fogueira no lugar da porta e queimaram pessoas vivas”, afirmou no seu relato.

Rafaela conta ainda que um menino que estava ao seu lado foi sequestrado, e que uma menina foi violentada pelos terroristas e queimada viva. “E eu não tinha como fugir dali, então apenas rezei para Deus me levar o quanto antes”, confessa a brasileira, ao afirmar que ficou cinco horas embaixo de corpos, com dificuldade para respirar devido às bombas.

Enquanto isso, “o Hamas entrava, atirava nas pessoas e ria na nossa cara, gritava e comemorava”, disse. “Isso não é um grupo de defesa, isso é um grupo de terrorismo”.

Segundo ela, dos 40 jovens que se abrigaram no bunker em que estava, apenas 10 sobreviveram, e todos têm recebido apoio do governo do Israel com medicação e atendimento psicológico. No entanto, ela garante que o governo do Brasil nem sequer a procurou.

“Sentimos que esqueceram da gente, e estou aqui hoje sentada com o ministro para mostrar o outro lado da história, mostrar as notícias de maneira correta e mostrar que Israel faz de tudo para que não tenham mortes de civis”, finalizou.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.