O eletricista brasileiro Odair Bezerra Lins, 54 anos, está desaparecido em Trinidad e Tobago – na América do Sul – há nove dias. Odair é de Ilha Solteira, no interior de São Paulo, e estava trabalhando em uma construção de rodovia pela empreiteira OAS, na região de San Fernando, naquele país há mais de um ano. Segundo suas sobrinhas, Denise e Juliane Lins, 30 e 34, que moram em Curitiba, a família teme que Odair tenha sido vítima de violência na região.
De acordo com elas, na quarta-feira (8), Odair deixou sua casa para ligar um maquinário na região de Mosquito Creek, localidade que fica a meia hora de onde mora. “O último contato dele com colegas e família foi naquela quarta-feira. Depois disso, ele não voltou mais”, comentou Denise.
Ela explicou que, no dia seguinte ao desaparecimento, um amigo não o encontrou na república onde moram. “Como não acharam, ficaram preocupados e começaram a procurá-lo”, explicou.
“Na sexta-feira (10), encontraram a camionete dele”, contou. O veículo, que continha marcas de sangue, segundo relatos da imprensa local, estava em uma praia na região de Sicaria.
Djair Lins, irmão de Odair e pai de Denise e Juliane seguiu para o país nesta sexta-feira (17) e Deve chegar a Trinidad e Tobago nesta noite.
“Aqui no Brasil, a família foi até a Polícia Federal em Jales (interior paulista, a 100 km de Ilha Solteira) , que acionou a Interpol”, disse Denise.
OAS
De acordo com a família, há informações extraoficiais entre funcionários na região de que a empreiteira não estava pagando mais os funcionários que são de Trinidad e Tobago – após o nome da OAS aparecer nas investigações da operação Lava Jato.
A empresa está construindo a rodovia San Fernando-Point Fortin. Segundo a família, Odair estava sendo pago normalmente. Isso pode ter gerado uma desavença com os tobaguianos. “Por isso estamos com medo. Esperamos muito que ele esteja bem”, mencionou Juliane.
A empreiteira, por meio da assessoria de imprensa, informou que há uma crise econômica instaurada em Trinidad e Tobago, o que obrigou as empresas instaladas no país a realizar demissões de funcionários. “A OAS também teve que fazer ajustes, o que gerou protestos de funcionários e sindicatos”, disse.
A OAS informou também que, ao saber do desaparecimento de Odair, avisou “imediatamente” o irmão do funcionário no Brasil e notificou a polícia local. Alertou também a Embaixada do Brasil em Trinidad e Tobago e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Além disso, segundo a OAS, foi contratada uma empresa de segurança privada para “ajudar nas investigações”. A empreiteira explicou ainda que realizou buscas em hospitais e em delegacias para tentar encontrá-lo, além de tentar rastrear aparelho de telefone celular de Odair.
“(A empresa) tem mantido contato frequente com os familiares e ofertou passagens aéreas, hospedagem e segurança para os familiares acompanharem in loco as investigações”, mencionou a OAS na nota.
Sobre ameaças a seus funcionários, como Odair, a empreiteira ressaltou que desconhece a afirmação.
O Itamaraty, por meio da assessoria de imprensa, informou que a Embaixada do Brasil em Port-of-Spain, capital de Trinidad e Tobago, está acompanhado o caso e mantém contato permanente com as autoridades daquele país e com os funcionários da empreiteira para acompanhar as investigações.
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