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Confira os índices de expectativa de vida em diferentes regiões do país |
Confira os índices de expectativa de vida em diferentes regiões do país| Foto:

Tempo para os sonhos

Antônio Bernardino, 83 anos, é um dos paranaenses que puxa para cima a expectativa de idade no estado. Com 13 anos a mais de vida que a média dos paranaenses, ele realizou um sonho que o acompanhava desde jovem. "Sempre quis entrar em uma universidade. Mas a vida nunca deu espaço. Tive de trabalhar, pagar contas e criar os filhos", diz. Os cinco filhos foram criados com o trabalho em uma empresa de transportes, de aluguel de carros e em uma montadora. Há um ano e meio, ele passou por uma cirurgia de implantação de marcapasso. "Mas, para mim, está tudo bem. Não sinto diferença", diz ele, que segue, no entanto, alguns cuidados médicos. "Não posso exagerar com a comida e sair fazendo o que eu fazia antes. Tenho de seguir uma certa rotina."

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Rio de Janeiro - O brasileiro ganhou três meses e 14 dias em sua expectativa de vida entre 2006 e 2007. É o que mostra a Tábua de Mortalidade da População Brasileira de 2007, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os brasileiros que nasceram em 2007 tinham, em média, 72,57 anos pela frente. Em 2006, essa estimativa era de 72,28 anos. A comparação com os dados de 1991 permite notar que, em 16 anos, os brasileiros ganharam, em média, 5 anos e meio a mais de vida. No início da década de 1990, o brasileiro vivia 67 anos em média.

As regiões mais pobres do país foram as que mais avançaram na expectativa de vida, mas ainda estão abaixo da média nacional. Apesar de ter avançado 6,88 anos entre 1991 e 2007, a Região Nordeste ainda tem índice abaixo de 70 anos, o menor do país. Alagoas e Maranhão continuam na lanterninha na comparação entre Estados – 66,77 e 67,64, respectivamente. Já a Bahia apresenta índices próximos do Centro-Sul, com duração média de vida de 72 anos. O Distrito Federal continua na liderança da longevidade, com 75,34 anos.

O Paraná está em sexto lugar, com 74,10, acima da média nacional. A expectativa de vida do paranaense aumentou 4,67 anos entre 1991 e 2007. O aumento foi maior para os homens – 4,87 – do que para as mulheres, 4,46. Com isso a diferença nas expectativa de vida de mulheres e homens paranaenses caiu de 6,76 para 6,35.

Assim como no Paraná, a vida média dos homens teve um ganho ligeiramente maior do que a das mulheres nos últimos anos, mas eles continuam vivendo menos. Enquanto as mulheres viviam mais de 76,44 anos em 2007, os homens não tinham conseguido ainda passar de 70: a expectativa de vida masculina no ano passado foi de 68,82 anos. A explicação está na maior mortalidade dos homens em relação às mulheres, que está aumentando entre os jovens. A chance de um homem na faixa de 20 a 24 anos morrer era quatro vezes maior do que a de uma mulher na mesma idade em 2007. Essa relação aumentou quase 26% na comparação com 1991.

Violência

Segundo o gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Juarez de Castro Oliveira, se fossem eliminados os altos índices de morte por causas externas (violência urbana, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, afogamentos etc.) entre os homens jovens, o brasileiro poderia projetar mais 2 ou 3 anos de vida. Os homens que atingem 60 anos conseguem se aproximar mais das mulheres na esperança de vida.

Essas mortes violentas, conforme Oliveira, atingiram 1,5 milhão de famílias em 2005 com todas as conseqüências econômicas e sociais da perda repentina de um parente ou a prisão do causador da morte. "Perder uma pessoa de repente não é algo trivial. Estamos perdendo pessoas em idade produtiva e anos de vida média em função da persistência dos altos índices de violência no país", destacou Oliveira.

Os dados coletados pelo IBGE também indicam que a violência já é a segunda causa de morte entre os homens: 18,13%. É superada apenas pelas doenças do aparelho circulatório, como as cardíacas, responsáveis por 25,66% das mortes de homens em 2005. Essas enfermidades também são a maior causa de morte entre as mulheres – 31,83% –, mas as neoplasias (16,01%) e doenças respiratórias (10,46%) superam os óbitos por efeitos externos (5,37%) no caso delas.

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