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Atendimento às vítimas no aeroporto de Miami envolveu vários veículos: entre os feridos havia 11 brasileiros, segundo cônsul | Tim Chapman/AE
Atendimento às vítimas no aeroporto de Miami envolveu vários veículos: entre os feridos havia 11 brasileiros, segundo cônsul| Foto: Tim Chapman/AE
  • Veja como acontece a turbulência

Rio de Janeiro, Miami e Nova iorque (EUA)- O cônsul-geral do Brasil em Miami, Luiz Augusto de Araújo Castro, afirmou que, entre os 28 passageiros e tripulantes que se feriram quando um voo da Continental Airlines enfrentou forte turbulência sobre o Oceano Atlântico na madrugada de ontem, havia 11 brasileiros. Araújo Castro acrescentou que todos estão bem e já haviam sido liberados.

O Boeing 767-200, com 179 pessoas a bordo – 168 passageiros e 11 tripulantes – fazia o voo 128, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Houston, no estado norte-americano do Texas. O avião foi desviado para Miami, onde fez um pouso de emergência. Até as 19 horas de ontem, quatro pessoas estavam internadas em estado grave, segundo informações de autoridades locais ao jornal americano Miami Herald.

Pelo menos oito feridos foram encaminhados aos hospitais Jackson Memorial, Hialeah, Metropolitan e Mercy. Seis pessoas continuavam hospitalizadas até as 19 horas de ontem "em boas condições", segundo a assessoria de imprensa dos hospitais. A Continental Airlines não divulgou identidade e nacionalidade dos ocupantes, mas, segundo relatos, pelo menos metade era brasileira. Segundo o cônsul, oito brasileiros foram levados para o Jackson Memorial Hospital e três para o Mercy Hospital. No final da tarde, todos já haviam sido liberados.

O avião saiu do Rio às 21h45 de domingo e deveria ter chegado a Houston às 6 horas de ontem. As turbulências ocorreram durante a madrugada, enquanto a aeronave sobrevoava a região entre Porto Rico e as Ilhas Turks e Caicos, na América Central. Cerca de uma hora depois da turbulência, às 6h35 (horário de Brasília), o avião fez um pouso de emergência. As causas do acidente serão investigadas pela Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês).

Queda livre

A turbulência, que durou cerca de 15 segundos, foi descrita por passageiros como "momentos de queda livre". "Quem não estava usando cinto de segurança saiu do banco e bateu no teto", disse o executivo dinamarquês Jan Lomholdt, 43 anos, que vive no Rio. "Vi pelo menos 20 pessoas nos ares", descreveu. Em nota, a empresa frisou que, no momento da turbulência, os sinais para apertar os cintos de segurança estavam acesos.

Além de deixar feridos, o incidente estragou o interior da aeronave. Boa parte da proteção plástica das luzes nos corredores se quebrou. Pelo menos um banco se soltou e máscaras de oxigênio caíram na frente dos passageiros. "Tudo estava nos ares. Livros, malas, garrafas, roupas, caixas, tudo pelos ares. E as pessoas se seguravam como podiam", disse Lomholdt, que fraturou as costas ao se segurar em um dos bancos para que não batesse no teto. Ele estava na parte de trás da aeronave, em direção ao banheiro, quando o incidente teve início.

O executivo relatou que uma mulher, sentada perto da área reservada à tripulação, machucou toda a face, atingida por garrafas e vidros de perfume, com a abertura dos compartimentos de bagagem. "Quem não conseguiu se agarrar bateu duas vezes: no teto e depois no chão", continuou. Um médico que estava entre os passageiros ajudou no atendimento.

Silêncio

No resto do voo, após a turbulência, os passageiros seguiram em silêncio, enquanto a tripulação trazia gelo. "Todos pareciam em choque", disse Bruno Louis Baker, 13 anos, enteado de Lomholdt, que também estava a bordo. "Foi até o fim em silêncio, com um ou outro grito", contou o adolescente.

Logo após o pouso em Miami, segundo Lomholdt, os passageiros foram informados de que seguiriam até Houston na mesma aeronave. "Foi um absurdo. O avião estava todo quebrado, tinha gente com o pescoço imobilizado, e ainda assim nos disseram que seguiríamos viagem ali", contou. Os passageiros, porém, seguiram em outro voo. No aeroporto, um caminhão da empresa que fornece alimentos à companhia aérea chegou a ser utilizado no resgate das vítimas.

Em nota à imprensa, o Jackson Memorial informou que os passageiros que permaneciam internados não gostariam de "relatar suas histórias à imprensa". Por isso, nenhuma informação específica sobre seus estados de saúde seria divulgada pelo hospital.

No Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, quem buscou o guichê da Continental não obteve informações. Jorge Ferreira Moreira, 70 anos, só se tranquilizou quando, por telefone, falou com a filha Geisi Ferreira Moreira, 44 anos. Ela e o marido, Augusto César de Assis, 46 anos, estavam bem.

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Serviço

Serviço telefônico da Continental Airlines para parentes de passageiros do voo 128: 0800-891-5257

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