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Fronteira

Brasileiros são achacados no Paraguai

Ciudad del Este – Policiais paraguaios estão sendo acusados de exigir dinheiro de sacoleiros e turistas brasileiros em Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu, para não multá-los. A conduta ilegal estaria partindo da Polícia Municipal de Trânsito e da Polícia Nacional do Paraguai, corporações que atuam na região da Ponte da Amizade, via que liga os dois países.

A denúncia foi publicada na edição de quarta-feira no jornal paraguaio ABC Color e confirmada por brasileiros consultados pela reportagem da Gazeta do Povo em Ciudad del Este.

Jornalistas do periódico alegam estar recebendo inúmeras reclamações de brasileiros que passam pela ponte. As principais vítimas dos achaques da polícia paraguaia são mototaxistas, sacoleiros e turistas, principalmente os que circulam com veículos de placas brasileiras. Eles reclamam que os policiais paraguaios encontram qualquer motivo para multá-los a fim de conseguir dinheiro – de R$ 10 a R$ 70 – e suspender o registro. Segundo a legislação paraguaia, cabe aos policiais orientar os turistas quando eles estiverem em situação irregular e não multá-los.

Entre os trabalhadores brasileiros, não é difícil encontrar um que já foi pressionado pelos policiais. O "laranja" (pessoa que trabalha com o transporte de mercadorias na fronteira) Eder Nazário, 24 anos, é um deles. Ele conta que já teve a carteira de motorista retida duas vezes por policiais de trânsito em Ciudad del Este, por não ter pago propina. Os policiais solicitam o documento e sem explicação pedem dinheiro para devolvê-la. Na época, Nazário trabalhava como mototaxista e preferiu tirar a segunda via do documento no Brasil do que pagar a propina. "No Brasil a segunda via sai mais barato. Eles estavam me pedindo R$ 70", diz.

Outro "laranja" Reinaldo Godói, 22 anos, também já passou pela situação. Ontem mesmo ele teve de dar R$ 4 a um policial de trânsito para não ser multado, depois de ter entrado na contramão. "Aqui, eles fazem a multa. Se você não tiver dois extintores e duas cordas no carro, eles te multam também." Segundo Godói, além de dinheiro os policiais exigem peças de carros e até alimentos. "Um dia meu irmão teve que dar dois frangos para o guarda", conta.

Segundo o diretor da Polícia Municipal de Trânsito de Ciudad del Este, Sílvio Osmar Bogado, oito policiais e dez fiscais de trânsito da prefeitura foram afastados nos últimos 45 dias em razão das denúncias. Ele recomenda aos brasileiros que registrem queixas.

O relações públicas da Polícia Nacional do Paraguai, Augusto Aníbal Lima, diz que as denúncias são inverídicas, já que a Polícia Nacional não fiscaliza o trânsito. Segundo ele, os agentes estão na região da aduana parando vans com placas paraguaias para tentar identificar assaltantes que estão se disfarçando de sacoleiros.

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