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O índice de detentos que não retornaram às unidades prisionais após desfrutarem do benefício da saída temporária de Natal no Rio de Janeiro foi de 42% – dentre os presos que agora estão nas ruas, vários são condenados por homicídio e tráfico de drogas. Oito integrantes do Comando Vermelho, principal facção criminosa do estado, também não retornaram. Alguns deles são chefes do crime organizado e classificados como presos de alta periculosidade.
No total, foram liberados quase 1,3 mil detentos a partir do dia 24 de dezembro, com previsão de retorno para até as 22h do último dia 30. Até o momento, segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária do estado, 522 presos ainda não haviam retornado. Há, no entanto, unidades prisionais com taxas bastante superiores a esta: no Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó, o índice de não retorno chega a quase 80%.
Os números são superiores a 2019, ano em que a taxa de não retorno após o “saidão de Natal” foi de 16%, e a 2018, cujo índice foi de 15% – números ainda considerados bastante altos.
O benefício dos “saidões” é concedido pela Justiça a presos em regime semiaberto que apresentem “comportamento adequado” e que tenham cumprido ao menos um sexto da pena, caso sejam primários, e um quarto se forem reincidentes. Somente no estado de São Paulo, mais de 37 mil presos, número recorde, foram liberados no último saidão.