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André Mendonça, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi criticado por aliados do governo de Jair Bolsonaro (PL), depois que ele votou, nesta quarta-feira (20), pela condenação do deputado Daniel Silveira por coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O deputado e pastor evangélico Marco Feliciano (PL-SP) postou em suas redes sociais que estava "terrivelmente desapontado" com o voto de Mendonça, em uma referência ao termo "terrivelmente evangélico", usado por Bolsonaro como premissa para indicá-lo ao STF.
O presidente da bancada evangélica no Congresso, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos principais articuladores para a nomeação de Mendonça ao STF, disse que os dez ministros que votaram pela condenação de Silveira rasgaram a Constituição. A deputada estadual de São Paulo Janaína Paschoal (PRTB) criticou a pena aplicada. Na opinião dela, a situação poderia caracterizar, "no máximo", uma infração de menor potencial ofensivo.
Em suas redes sociais, Mendonça defendeu o seu voto. "Diante das várias manifestações sobre o meu voto ontem, sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e [b] como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja. Há formas e formas de se fazerem as coisas", disse na postagem. Ele ainda acrescentou: "E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto", acrescentou.