O pastor José Olímpio, da igreja evangélica Assembleia de Deus de Alagoas, será processado pela Aliança Nacional LGBTI pelo crime de homofobia e discurso de ódio. Olímpio afirmou que orava pela morte do ator Paulo Gustavo, que está internado com covid-19.
Em publicação no Instagram, o pastor compartilhou uma foto do ator caracterizado como o personagem Aníbal, do filme Minha Vida em Marte (2018), em que ele aparece usando uma peruca e dentro de uma igreja. Na legenda do post, ele escreveu: "Esse é o ator Paulo Gustavo que alguns estão pedindo oração e reza. E você, vai orar ou rezar? Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si". Depois da repercussão negativa, ele apagou o post e tornou privado seu perfil na rede social.
O presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis, confirmou que enviou um ofício ao Ministério Público de Alagoas e que, na terça-feira (20), o procurador-geral de Justiça vai receber representantes do movimento LGBTQIA+ no estado para discutir o caso. "A fala dele fere a nossa comunidade porque deseja a morte de um ser humano. Além da lei da Constituição Federal, o próprio livro sagrado, que ele professa, fala que nós temos que ter a vida em abundância. Ele está ferindo a lei dele e a Constituição. O Paulo Gustavo é um ator de grande destaque, mas, se ele desejasse a morte de qualquer ser humano, nós faríamos a mesma defesa", afirmou Reis.
A Assembleia de Deus de Alagoas informou que a situação do pastor ainda será avaliada pelo Conselho de Ética da Igreja e enviou um documento de pedido de desculpas, compartilhado pelo pastor nas redes sociais, que segue com o perfil privado.
"Se forem procurar falhas e imperfeições em mim, vão encontrar muitas, mas, malignas intenções, creio que não encontrarão. Considerando esse preâmbulo peço desculpa, pois nunca foi intenção do meu coração ferir, ofender ou machucar a nenhum dos ofendidos. A começar do ator Paulo Gustavo, que foi atingindo diretamente, passando por seus familiares, amigos, admiradores e muitos fãs, pois o mesmo é uma pessoa querida no mundo artístico", afirmou Olímpio. "A minha insensatez foi tentar defender a honra de meu Deus, muitas vezes ultrajada de muitos modos, esquecendo-me que Deus não precisa de quem defenda a sua honra. Quão tolo eu fui! Por ter escrito a sandice que escrevi, mesmo sem no meu íntimo desejar a morte de ninguém, pois apesar de minhas fraquezas, sou um cristão convicto", explicou o pastor.