A votação do Estatuto do Nascituro na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara dos Deputados foi adiada para a próxima semana após a sessão desta quarta-feira (30) ser interrompida várias vezes por obstruções de parlamentares de esquerda e manifestações de representantes de movimentos feministas. Por causa da confusão, a presidente da Comissão, a deputada federal Policial Kátia Sastre (PL-SP), afirmou que o grupo de feministas não poderá entrar na próxima sessão.
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No começo da votação, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) interrompeu a discussão por questões de ordem que não estavam relacionadas ao debate sobre o Estatuto do Nascituro. Além dela, as parlamentares Talíria Petrone (PSOL-RJ), Vivi Reis (PSOL-PA), Áurea Carolina (PSOL-MG) e Erika Kokay (PT-DF) também dificultaram o andamento dos trabalhos.
Talíria Petrone classificou o Estatuto do Nascituro e a defesa do não nascido como um “fundamentalismo religioso” e afirmou que a discussão era “antimulher”. Outras parlamentares do PSOL e PT também alegaram que o aborto, rejeitado por 70% dos brasileiros, seria necessário para a “saúde pública”.
Ao falar sobre a gravidez gerada pelo estupro, a parlamentar Chris Tonietto (PL-RJ) contestou as deputadas de esquerda dizendo que não se pode combater o estupro com uma nova violência, o aborto, o assassinato de uma vida humana, mas com o fortalecimento da segurança pública. Outros deputados que se manifestaram a favor da vida desde a concepção foram Diego Garcia (Republicanos-PR) e Eros Biondini (PL-MG).
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