A Comissão Especial sobre a Mineração e a Ecologia Integral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participou de um encontro com investidores católicos estrangeiros e deputados da oposição, nesta quarta-feira (25). No evento, realizado de forma online, um representante do Bank Für Kirche and Caritas (BKC), que participa de uma aliança de investidores que reúne 93 instituições católicas de 18 países, disse que o grupo procurou o governo brasileiro, sem sucesso, para apresentar sua disposição de continuar a investir no Brasil, desde que o país se comprometesse com mudanças na legislação ambiental, proteção dos direitos humanos e a elaboração de um plano para combater o desmatamento, entre outros pedidos.
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Marcelo Freixo (PSB-RJ) afirmou aos investidores que o país estaria na maior crise democrática depois do fim da ditadura. "Nós não temos como separar a crise democrática da crise ambiental, climática, humanitária. Trata-se da mesma coisa. Estamos na maior crise democrática depois do fim da ditadura".
Dom Vicente Ferreira, secretário da Comissão da CNBB, criticou ações do governo federal e defendeu um debate mais amplo sobre a perda de investimentos internacionais, também com deputados da base do governo, para conseguir mudanças das políticas ambientais no país.
“Tivemos uma longa conversa [com investidores e deputados], pedindo uma força política para que nós possamos debater essa temática da ameaça da retirada de investimentos de bancos católicos e dessas organizações, em relação sobretudo à Amazônia. Isso porque essas nossas organizações católicas trabalham com questões éticas, ligadas à ecologia integral, à Laudato Sii do Papa Francisco, e eles têm visto que essas pautas têm recebido muito ataques, flexibilização das leis, está havendo todo um desmonte de proteção sobretudo do meio ambiente e das comunidades indígenas e quilombolas, esse foi o debate”, afirmou Dom Vicente.