O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, alvo da Operação Acesso Pago.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.
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O delegado da Polícia Federal Bruno Calandrini, responsável pela investigação envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, vai deixar a Coordenação de Inquéritos Especiais (Cinq), grupo da PF que cuida de inquéritos sobre políticos com foro privilegiado. Segundo a corporação, Calandrini já havia pedido para deixar a unidade em maio, antes da deflagração da Operação Acesso Pago, que resultou na prisão de Ribeiro.

Mesmo com a transferência aprovada, o delegado deve continuar à frente do inquérito envolvendo o ex-ministro. Na semana passada, Calandrini enviou uma mensagem a colegas afirmando que houve interferência da cúpula da PF no caso.

“O deslocamento de Milton para a carceragem da PF em SP é demonstração de interferência na condução da investigação, por isso, afirmo não ter autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional”, disse o delegado na mensagem.

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Calandrini também foi responsável por solicitar a inclusão do ministro da Economia, Paulo Guedes, como investigado em um inquérito sobre desvios no Postalis, o fundo de pensão dos Correios. A partir de julho ele deve assumir a Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos.

“O próprio servidor manifestou interesse (ainda no mês de maio) em ser movimentado para a nova unidade, para onde irá apenas no mês de julho, permanecendo na presidência da Op. Acesso Pago (IPL do MEC) e outros inquéritos”, disse a PF, em nota.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]