A deputada federal Luísa Canziani (PTB-PR) deve ser expulsa do PTB após a acusação de gravar uma reunião de parlamentares com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para tratar sobre homeschooling, na quarta-feira (16). A informação foi divulgada pelo presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, nas redes sociais. A parlamentar nega ter gravado a reunião. Ela é a relatora do projeto que tramita na Câmara para regulamentar a prática da educação domiciliar.
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Em um pronunciamento feito na Câmara dos Deputados, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) acusou a parlamentar de entrar na reunião com um radiotransmissor da Globo e disse que estuda levar o caso para o Conselho de Ética da casa. Ele divulgou um vídeo em que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ele, a deputada e o ministro conversavam sobre o caso em meio ao encontro sobre educação domiciliar, o qual acabou cancelado. "Por que ela usa [o equipamento] se não queria gravar? O Eduardo [Bolsonaro] viu e estamos estudando levá-la ao Conselho de Ética", disse Nunes à Gazeta do Povo. Segundo ele, a denúncia deve ser feita em conjunto com Eduardo Bolsonaro e Hélio Lopes (PSL-RJ).
Já a assessoria da deputada Luísa Canziani disse que ela estava sendo acompanhada pela Globo para gravações para o programa “Profissão Repórter” e por isso estava com um microfone da rede de televisão. A parlamentar ressaltou que o conteúdo da reunião com o ministro não foi gravado. Em nota, Luísa Canziani disse também que um secretário do MEC foi avisado previamente de haveria a presença do equipamento na reunião com Ribeiro.
Na nota, Luísa Canziani afirmou: "Não gravei e nem gravaria reunião alguma sem qualquer tipo de permissão! Quem me acompanha sabe que tenho uma trajetória de muito RESPEITO aos meus colegas. Sou do diálogo e as minhas coisas são feitas sempre às claras. O “Profissão Repórter” está me acompanhando para um programa especial sobre a regulamentação do homeschooling. Por isso, o microfone tem ficado comigo ao longo dos dias. O Secretário Executivo do MEC foi avisado previamente (e ele testemunhou isso na reunião, explicando que eu não estava gravando, em minha defesa). Não sei a quem interessa essa cortina de fumaça, mas peço que respeite a minha história. Sou Deputada Federal, não menina de recados. E eu lamento profundamente ser acusada de maneira tão injusta. Mas sigo com a minha consciência absolutamente tranquila e trabalhando pelo melhor pela democracia brasileira. As gravações da reunião ministerial divulgadas há pouco pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, em suas redes sociais, só confirmam o que eu havia dito anteriormente: não gravei e nem gravaria reunião alguma sem permissão".