Em enquete promovida pela Gazeta do Povo, disponível a assinantes e não assinantes entre os dias 30 de julho e 4 de agosto, 92% dos participantes declararam ser contrários à incorporação da linguagem neutra – também chamada de “linguagem não binária” – por parte de instituições públicas. Apenas 8% dos 5.180 leitores responderam afirmativamente à pergunta “Você é favorável ao uso da linguagem neutra em instituições públicas?”.
O uso do dialeto voltou ao debate após uma publicação nas redes sociais do Museu da Língua Portuguesa, localizado no centro histórico de São Paulo, que recorria à linguagem neutra utilizando a palavra “todes”, que não consta nos dicionários nem no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras. A medida está relacionada a um novo posicionamento institucional do museu, no qual está inclusa a defesa do dialeto não binário.
A linguagem é defendida por ativistas que afirmam que a medida gera inclusão para pessoas transgêneras não-binárias, ou seja, que não se identificam com o sexo masculino nem com o feminino. Especialistas na língua portuguesa consultados pela Gazeta do Povo apontam que a linguagem neutra não possui caráter científico e é inconsistente com a própria natureza estrutural do idioma.