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Um sistema de alerta implementado na rede de ensino do condado de Clark, em Nevada, nos Estados Unidos, que monitora episódios de emergências em saúde mental dos alunos, gerou mais de 3.100 alertas entre junho e outubro indicando comportamentos como pensamentos suicidas, possíveis lesões autoprovocadas ou pedidos de ajuda relacionados ao bem-estar emocional.
De acordo com informações do News York Times, há uma onda de suicídios em Las Vegas e arredores, o que motivou a decisão das autoridades pelo retorno de algumas séries do ensino fundamental e de grupos de alunos com dificuldades mesmo em um período em que a região ainda relata altos números de contaminações e óbitos por coronavírus. No condado de Clark, que atende 320 mil alunos, houve 18 suicídios em nove meses com as escolas fechadas.
“Quando começamos a ver um aumento no número de crianças tirando suas vidas, sabíamos que não era mais apenas os números da Covid que precisávamos examinar”, afirmou Jesus Jara, superintendente do condado de Clark, ao jornal norte-americano.
Os relatos de emergências em saúde mental seguem em diversos cantos do país: um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention - CDC) mostrou que a porcentagem de atendimentos de emergência para jovens por motivos de saúde mental aumentou durante a pandemia. Além disso, uma compilação de chamadas de emergência em mais de 40 estados mostrou aumento nos registros relacionado à saúde mental.
De acordo com Dr. Robert R. Redfield (ex- diretor do CDC), o aumento nos suicídios de adolescentes é uma das “consequências negativas substanciais para a saúde pública” do fechamento de escolas.