Uma tentativa de afastar judicialmente o Secretário Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula, foi negada pela Justiça. O pedido de limiar, feito pelos deputados Áurea Carolina (PSOL), Benedita da Silva (PT) e Túlio Gadêlha (PDT), argumentava que, por ser “declaradamente cristão”, Porciuncula não deveria analisar quais projetos culturais poderiam captar recursos por meio da Lei Rouanet. Os deputados pediam que a análise dos projetos voltasse a ser feita através da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC). O próprio secretário anunciou a decisão da Justiça por meio das redes sociais.
Na decisão que indeferiu a liminar contra Porciuncula, o juiz da Justiça Federal da 1ª Região, Itagiba Catta Preta Neto, ressaltou que o pedido continha motivação ideológica e discriminação religiosa, além de ser uma tentativa de instrumentalização do Judiciário para atender interesses políticos. Ele lembrou ainda que o Governo Federal tem autonomia para gerir os recursos públicos, como os da Lei Rouanet.
“O abuso das intervenções judiciais contramajoritária leva a situações esdrúxulas. Um das piores é a substituição do governo da minoria pelo governo da soma de várias ou algumas minorias. A pior de todas e é instituir-se o governo do Poder Judiciário, que não está aparelhado e nem tem vocação para isso”, escreveu Catta Preta Neto na decisão.