O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) acolheu denúncia apresentada pelo Ministério Público e transformou em ré uma advogada por injúria racial. De acordo com os autos, em um grupo de WhatsApp de advogados de Brasília, a advogada respondeu à mensagem de uma colega negra com emojis de bananas. Ao ser questionada, a ré disse que "pensou alto" e que a banana representaria "pessoas sem personalidade".
>> NOVIDADE: faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram
Na mesma decisão, o juiz Wellington da Silva Medeiros, da Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Águas Claras, também indeferiu o pedido da ré de retirada do ar de reportagens locais sobre o caso, assim como o pedido de decretação de sigilo na tramitação do processo.
"Eventuais dissabores porventura sofridos pela ré não decorrem diretamente da existência desta ação penal, mas sim do próprio ato, em tese, por ela praticado, o qual foi, antecipadamente, divulgado na imprensa local, inclusive porque envolveu outras pessoas em grupo de aplicativo de comunicação", escreveu o juiz. "No caso em exame, a situação torna-se ainda mais grave – e, por isso mesmo, a exigir a estreita fiscalização da opinião pública –, pois se está a imputar a uma advogada o delito de injúria racial praticado contra outra advogada, em um grupo virtual de advogados. Trata-se, portanto, de conduta que, se verdadeira, colide com as mais altas aspirações nacionais e supranacionais de civilidade e de progresso humano".
Leia também: Como a banalização e a relativização prejudicam o combate ao racismo no Brasil