Uma perita tributária, dispensada do emprego após se posicionar contra a identidade de gênero, obteve uma vitória no tribunal de apelações da Justiça do Trabalho do Reino Unido. A corte reconheceu que Maya Forstater não usou linguagem “ofensiva e excludente” ao postar coisas como “homens não podem se transformar em mulheres”. As informações são do jornal The Guardian.
Em 2019, ela questionou a decisão da empresa de a dispensar do emprego, mas, na época, a Justiça decidiu que o empregador tinha razão. O argumento foi que as postagem feitas por Maya “não eram dignas de respeito em uma sociedade democrática”. Ela então recorreu a um tribunal superior para defender seus direitos.
Na instância superior, a Justiça inglesa reconheceu que errou. Para o presidente da comissão de magistrados que analisou o caso de Maya, Justice Choudhury, a mulher tem o direito de se posicionar sobre questões de gênero. “Assim como o reconhecimento legal das uniões civis [entre casais do mesmo sexo] não nega o direito de uma pessoa acreditar que o casamento só deve ser aplicado a casais heterossexuais”, exemplificou.
Segundo ele, mesmo que algumas crenças possam ser profundamente ofensivas e até angustiantes para outras pessoas, elas devem ser toleradas em uma sociedade pluralista. Os magistrados ressaltaram ainda que apenas pontos de vista que façam apologia ao nazismo ou totalitarismo são indignos de proteção, extrapolando a liberdade de expressão e pensamento.