Alexandre de Moraes quer saber quem acessou investigação na PGR e na PF| Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma apuração interna para descobrir quem vazou uma investigação sigilosa, supervisionada por ele, sobre movimentações bancárias operadas pelo tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, principal ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro.

Na última segunda (26), a Folha de S.Paulo publicou uma reportagem com detalhes da investigação. Com base em conversas por escrito, fotos e áudios trocados por Mauro Cid, a Polícia Federal passou a suspeitar de depósitos fracionados e saques em dinheiro efetuados por ele. Segundo o jornal, as operações foram feitas para pagar contas pessoais da família do presidente, inclusive da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

A Presidência informou que saques saíram da conta pessoal de Bolsonaro. Depois, depósitos em dinheiro eram feitos nas contas de prestadores de serviço, para evitar que a conta do presidente aparecesse no extrato dessas empresas.

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Nesta quarta (28), dois dias após a publicação da reportagem, Moraes – que foi quem determinou uma análise aprofundada nas trocas de mensagens do auxiliar de Bolsonaro – abriu a apuração sobre o vazamento da investigação.

Determinou, basicamente, duas medidas iniciais: a reunião de todas as comunicações feitas sobre o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão que, em tese, deveria conduzir a investigação; e também informações da Polícia Federal sobre todos os integrantes da corporação que tiveram acesso à investigação, que tramita sob sigilo. Moraes mandou que o delegado responsável pelo caso, Fábio Shor, “forneça os nomes de todos os policiais federais que têm conhecimento dos assuntos investigados”.

A investigação sobre Mauro Cid foi aberta por Moraes a partir de outro inquérito, aberto em agosto do ano passado, para investigar a divulgação, por Bolsonaro, de um inquérito da PF sobre uma invasão hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. Descobriu-se que o ajudante de ordens providenciou a disponibilização, na internet, de cópia do inquérito divulgado pelo presidente. A PGR pediu o arquivamento da investigação sobre a divulgação, por entender que o inquérito não era sigiloso, não havia crime em sua publicação.

Nesta terça, durante uma transmissão ao vivo, Bolsonaro criticou Moraes pela investigação sobre seu auxiliar e sua mulher. “Alexandre, você mexer comigo, é uma coisa. Você mexer com a minha esposa você ultrapassou todos os limites, Alexandre de Moraes. Todos os limites. Você está pensando o que da vida? Que você pode tudo e tudo bem? Você um dia vai dar uma canetada e me prender? É isso que passa pela sua cabeça?”, disse o presidente.