O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito civil para investigar se o deputado estadual Fernando Cury, afastado do cargo por 180 dias por importunação sexual contra a colega Isa Penna (Psol), continua exercendo o mandato. Na portaria que formalizou a abertura da investigação, o promotor Silvio Antonio Marques pediu que a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), responsável por aplicar a punição administrativa ao deputado, informe os efeitos da sanção.
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A investigação foi aberta depois que deputadas do Psol entraram com uma representação no Ministério Público. As parlamentares enviaram publicações nas redes sociais que mostram que Cury estaria se reunindo com autoridades públicas em uma iniciativa batizada de 'Caravana 2021'.
"O representado estaria realizando atividades virtuais com lideranças locais, bem como anunciando a entrega de recursos para obras de infraestrutura e serviços de recape", escreveu o promotor. "Consta que outros perfis públicos nas redes sociais, de aliados políticos de Fernando Cury, também estão divulgando informações de que representando ainda está atuando como estivesse em pleno exercício do cargo", acrescentou o representante do MP.
A defesa de Cury afirmou que "em nenhum momento o deputado afastado Fernando Cury exerceu o cargo de Deputado (o que é impossível por estar afastado, sem gabinete, sem salário e sem poder de fazer propostas legislativas ou votar projetos) nas caravanas, agindo exclusivamente como Cidadão engajado por mudanças que luta por todo estado de São Paulo. Fernando aceita, respeita a decisão de seu afastamento do cargo público, estando sem salário e sem gabinete. Como cidadão, segue com engajamento nas diversas regiões onde sempre procurou ajudar as pessoas".