As empresas proprietárias de redes sociais se defenderam de críticas feitas por representantes do Estado brasileiro em audiência pública do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (28), sobre o Marco Civil da Internet. Acusadas de suposta omissão no combate ao discurso de ódio e às notícias falsas, as Big Techs sustentaram que suas plataformas não se beneficiam desse tipo de conteúdo e já agem para coibi-lo.
"Conteúdos ilícitos e danosos não nos trazem reais benefícios econômicos. Na verdade, nós sabemos que esse tipo de conteúdo corrói a confiança do público e dos anunciantes. Por conta disso é que dedicamos tempo e recursos consideráveis para minimizar esse tipo de conteúdo nas nossas plataformas. É a coisa certa a ser feita e faz bem para os negócios. O nosso modelo de negócios não se sustenta no extremismo", afirmou o advogado representante do Google, Guilherme Cardoso Sanchez.
Rodrigo Ruf Martins, gerente jurídico do Facebook Brasil, disse que "não há inércia das redes" e que a Meta (empresa proprietária de Facebook, Instagram e WhatsApp) "investe bilhões" para fazer valer seus termos de uso e suas políticas, além de ter contribuído com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a remoção de conteúdos durante as eleições. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, disse durante a mesma audiência que "os responsáveis pelas redes sociais mostram que elas querem evoluir". "Não há aqui antagonismo. Há maneiras diversas de enxergar o mesmo problema. Mas todos reconhecem que o problema existe e todos reconhecem que é necessário alterar o modelo", comentou Moraes.