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A Agência Brasil, site oficial de notícias do governo federal, agora administrada pela equipe do presidente Lula (PT), começou a utilizar a linguagem neutra em alguns dos seus conteúdos. Em matéria publicada na última sexta-feira, com o título "Parlamentares eleites reúnem-se pela primeira vez em Brasília", o autor do texto misturou, em algumas frases do texto, as alterações de grafia adotados na linguagem neutra, não previstas na língua portuguesa.
Defendida por ativistas LGBT, criticada por linguistas e sem fundamento no uso informal do idioma pela população, a linguagem neutra propõe a abolição das terminações que indiquem gênero feminino ou masculino nas palavras, por considerá-las "sexistas" ou "discriminatórias". Ao invés de usar professor ou professora, por exemplo, defendem o uso de "professore" ou "professor@" ou "professorx". A forma com a desinência "e" tem sido imposta com mais frequência pelos movimentos identitários.
Apesar de parecer inofensiva, a imposição da linguagem neutra por esses grupos traz vários riscos. O primeiro, é o de deturpar e comprometer a língua portuguesa que, como outras línguas de origem latina, possui flexão de gênero. O segundo, é a tentativa de "apagar" os gêneros da sociedade e obrigar a adesão a uma agenda identitária e ideológica.