Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão contra pastor acusado de racismo contra judeus.| Foto: Divulgação/Polícia Federal
Ouça este conteúdo

Um pastor do Rio de Janeiro foi preso nesta quinta-feira (24) pela Polícia Federal acusado de promover discurso de ódio contra o povo judeu. De acordo com as investigações do Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos (GRCC), da PF, Tupirani da Hora Lores, da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, produziu e publicou diversos vídeos com ataques aos judeus e seguidores de outras religiões. Além dos crimes de racismo e ameaça, o pastor responderá por incitação e apologia de crime. Caso seja condenado, poderá cumprir pena de até 26 anos de reclusão. A operação policial que prendeu o pastor e ainda cumpriu mandado de busca de apreensão contra ele foi batizada de Rófesh, que em hebraico, significa liberdade. O nome foi escolhido em alusão às recentes discussões sobre os limites da liberdade de expressão.

>> Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram

O pastor e outros membros da igreja já foram alvo de outras ações da Polícia Federal. Em março do ano passado, por exemplo, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão contra ele, expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A ação foi deflagrada depois que entidades judaicas denunciaram a existência de vídeos em que o pastor proferia discursos de ódio. Em um dos vídeos, gravado durante um culto, o pastor diz, em relação aos judeus, “Deus da igreja, massacra eles. Que sejam envergonhados como na Segunda Guerra e não consigam forças para levantar. Malditos sejam os judeus, que cuspiam e continuam assassinando Jesus Cristo até hoje”.

Publicidade

Além disso, Lores já foi condenado por discriminação religiosa, sentença que foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal em 2018. A condenação veio após a publicação de textos e vídeos ofensivos a seguidores de crenças diversas da sua, como muçulmanos, católicos, judeus, espíritas e umbandistas. Em algumas publicações, o réu pedia pelo fim das outras religiões e doutrinas, além de imputar fatos ofensivos aos devotos e sacerdotes.