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A prefeita Lori Lightfoot, de Chicago (EUA), anunciou nesta semana que só vai dar entrevistas a jornalistas negros. Em carta enviada aos veículos de comunicação da cidade, ela explicou sua decisão como sendo um incentivo para promover maior “diversidade” na imprensa.
No texto, Lori Lightfoot, que é negra e assumidamente gay, disse que desde que foi eleita, há dois anos, os EUA enfrentaram um “ajuste de contas” em torno do racismo. “Ao observar a ausência de diversidade na comunicação da prefeitura e em outras redações, infelizmente, não parece que muitas das instituições de mídia em Chicago perceberam e realmente não abraçaram este momento”, disse ela em referência ao movimento de justiça racial desencadeado após a morte de George Floyd, na cidade americana de Minneapolis.
Ela termina o comunicado à imprensa lançando um “desafio” aos veículos da imprensa. “Contratem repórteres de cor - e especialmente mulheres de cor - para cobrir a política de Chicago, e da prefeitura em particular”, escreveu.
No Twitter, a prefeita disse que a decisão de conceder entrevistas apenas a jornalistas negros teria como objetivo “quebrar o status quo”. “É uma pena que, em 2021, a equipe de imprensa da prefeitura seja predominantemente branca em uma cidade onde mais da metade da cidade se identifica como negra, latina, AAPI [asiática] ou nativa americana”, disse a prefeita na postagem.
Em resposta à prefeita, jornalistas, como Gregory Pratt, que é latino, decidiram não entrevistar Lightfoot em solidariedade aos colegas da imprensa impedidos trabalhar por não serem negros. “Os políticos não escolhem quem os cobre”, escreveu Pratt.
I ran to break up the status quo that was failing so many. That isn't just in City Hall.
— Mayor Lori Lightfoot (@chicagosmayor) May 19, 2021
It's a shame that in 2021, the City Hall press corps is overwhelmingly White in a city where more than half of the city identifies as Black, Latino, AAPI or Native American.