O presidente da República de Malta, no Mar Mediterrâneo, George Vella, disse que prefere renunciar ao cargo, que ocupa desde 2019, a sancionar uma lei que descriminaliza o aborto no país. Segundo Vella, que é médico, "ou você matou ou não matou, não pode haver meia morte. Eu sou muito claro”. As declarações foram feitas ao informativo local NETnews.
O presidente maltês fez a declaração em referência a um projeto de lei apresentado ao Parlamento que pretende mudar o código penal do país. Pelo projeto, não haveria mais pena para quem busque ou ajude a realizar um aborto. “Isso depende do Parlamento. Mas eu tenho a liberdade de, caso não concorde com um projeto de lei, renunciar e ir para casa, e não teria nenhum problema em fazer isso”, disse Vella.
Além do presidente, os dois principais partidos políticos do país mediterrâneo já declararam oposição ao projeto de lei. O Partido Trabalhista se disse aberto a discutir a descriminalização, mas não queria submeter o assunto à votação parlamentar. O Partido Nacionalista disse que jamais favoreceria a descriminalização porque defende o direito à vida desde a concepção até a morte.
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