Professores da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), defenderam nesta quinta-feira (9) o retorno da deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB) à instituição. Professora concursada, ela deve retornar às atividades de docência após o término do mandato, que ocorre no dia 14 de março, informou o Estadão.
Na segunda (6), o Centro Acadêmico XI de Agosto, formado por alunos de Direito, divulgou um abaixo-assinado dizendo que a deputada “não é mais bem-vinda na Faculdade de Direito da USP”. Em nota, o diretor e a vice-diretora da faculdade, Celso Campilongo e Ana Elisa Liberatore Bechara, ressaltaram o direito à "liberdade de cátedra e a livre manifestação” dos docentes.
"É na trilha dos mandamentos constitucionais que garantem a liberdade de cátedra e a livre manifestação do pensamento de todos os seus docentes que a Faculdade reafirma seu compromisso continuado e inabalável com a construção da democracia e o crescente respeito às diferenças", diz a nota.
Já o ex-diretor da faculdade Floriano de Azevedo Marques Neto afirmou, em artigo, que apesar de ter ideias “absolutamente opostas” às de Janaina, proibi-la de voltar ao cargo é um “desrespeito à história de pluralidade” da São Francisco. Os departamentos de Direito do Estado (DES) e Filosofia e Teoria Geral do Direito (DFD) também ressaltaram o respeito ao pluralismo e a liberdade de cátedra da instituição.
O Centro Acadêmico XI de Agosto reagiu ao texto de Marques Neto. Para os acadêmicos, o retorno de Janaina às salas de aula é evidente, mas não a priva de críticas. “O falso vitimismo da extrema-direita deve ser desmascarado e os seus representantes julgados politicamente e juridicamente. Tanto os seus líderes absolutistas quanto aqueles representantes esclarecidos, como é o caso de Janaina Paschoal”, afirmaram.