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O Universo está se expandindo continuamente desde sua origem. Esse movimento é impulsionado por uma força conhecida como energia escura, que leva esse nome porque suas propriedades ainda são uma pergunta em aberto para a Cosmologia. Agora, os cientistas brasileiros vão poder contar com um aliado para investigar essa questão: o radiotelescópio Baryon Acoustic Oscillations from Integrated Neutral Gas Observations (Bingo). O projeto é coordenado pela Universidade de São Paulo (USP) em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e cientistas da Europa e China.
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Quando concluída, a estrutura do Bingo será composta por dois pratos gigantes, cada um com cerca de 40 metros de diâmetro, que receberão radiação do céu e projetarão seu espectro em uma série de detectores metálicos, chamados cornetas. A previsão é de que a primeira comece a operar este mês na cidade de Aguiar, no sertão da Paraíba, onde o radiotelescópio será montado. A versão completa do experimento, no entanto, teve sua construção afetada pela pandemia e deve ser finalizada só em 2022.
Cerca de 80% das peças que compõem o Bingo são da indústria brasileira. Com financiamento de R$ 13 milhões, repassados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Bingo se distingue de outros radiotelescópios por se concentrar na época em que a energia escura se tornou predominante no espaço, explica o professor Elcio Abdalla, do Instituto de Física da USP e coordenador-geral do projeto. "A expansão do Universo depende fundamentalmente da energia escura, que começou a se desenvolver há alguns bilhões de anos, e é exatamente esse período que estamos observando", diz.